A primeira Oficina de Monitoramento Participativo de Quelônios, realizada de 13 a 15 de agosto no Parque Nacional (Parna) do Jaú (AM), foi marcada pela divulgação dos resultados do monitoramento realizado pela comunidade e equipe sobre o status de conservação das diversas espécies de quelônios da região.
Após trabalho intenso de cinco meses, monitores comunitários registraram o nascimento de cerca de 950 filhotes de tartaruga da amazônia (Podocnemis expansa); 791 de tracajá (Podocnemis unifilis) e 583 de irapuca (Podocnemis erytrocephala), apenas em cinco praias protegidas na Reserva Extrativista (RESEX) do Rio Unini e Parna Jaú. Esse será o referencial para os próximos anos de monitoramento e avaliação das condições de proteção dessas espécies.
A ação de levantamento sobre os animais só foi possível devido ao envolvimento e apoio dos monitores e das lideranças comunitárias, bem como das parcerias com instituições locais, além dos cursos de capacitação sobre monitoramento. Tais atividades, realizadas desde 2014 pelo projeto “Monitoramento Participativo da Biodiversidade” (promovido por IPÊ, ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e parceiros), despertaram nas comunidades locais um maior interesse pelas ações de conservação. O trabalho coletivo também fortaleceu os órgãos ambientais, que vêm atuando em conjunto pela proteção dos quelônios nas Unidades de Conservação (UCs).
A Oficina reuniu mais de 60 pessoas: comunitários, monitores da biodiversidade e lideranças locais residentes do Parna Jaú, RESEX do Rio Unini e Parque Estadual Rio Negro Setor Norte; representantes das comunidades do Rio Jauaperi (afluente do Rio Negro); e representantes das seis instituições que a partir deste ano trabalharão juntas na execução de um protocolo mínimo comum e pesquisas associadas em prol da conservação dos quelônios aquáticos.
O encontro foi realizado no âmbito do Programa de Conservação de Quelônios do Mosaico do Baixo Rio Negro, promovido pelo ICMBio; IPÊ; SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente; WCS – Associação Conservação da Vida Silvestre e UFAM – Universidade Federal do Amazonas/ Projeto Pé de Pincha. A Oficina marcou a realização da primeira ação conjunta do Programa, resultado da parceria entre instituições que atuam na região.