O IPÊ realizou em parceria com o Parque Estadual Morro do Diabo/Fundação Florestal (SP) o VI Encontro Participativo “Econegociação: um Pontal bom para todos” nos dias 5 e 6 de março. Cerca de 50 pessoas participaram, discutindo as principais conquistas socioambientais da região nos últimos 10 anos e as soluções para os desafios ainda enfrentados para o desenvolvimento sustentável local.
A última Econegociação realizada no Pontal do Paranapanema foi em 2005. A sexta edição, que retomou o evento, propôs a discussão sobre os diversos cenários socioambientais da região e suas principais transformações ao longo de mais de 10 anos: “Conservação da Biodiversidade, reconexão florestal e pesquisas de espécies”; “Assentamentos humanos de reforma agrária, serviços e empreendimentos”; e “Desenvolvimento econômico e grandes empreendimentos”.
“A Econegociação foi um grande momento para refletir junto com a comunidade as questões de longo prazo que envolvem a proteção socioambiental local. Foi a partir de outros encontros como estes, realizados em anos anteriores, que pudemos compreender as necessidades socioambientais na visão dos diversos atores locais (pesquisadores ambientalistas, assentados, rurais, proprietários de terra, educadores e tomadores de decisão) e trabalhar para resultados que vemos hoje”, afirma Maria das Graças Souza, coordenadora de Educação Ambiental do IPÊ.
De acordo com a educadora, vive-se hoje um novo momento socioambiental na região, muito diferente do que era há uma década, mas ainda existem grandes desafios a serem superados. “Muita coisa evoluiu. Com relação à conservação da biodiversidade, por exemplo, após tantos anos de pesquisa, hoje o mico-leão-preto, espécie dessa região, é considerado símbolo de todo o Estado; a Educação Ambiental faz parte agora de uma política pública municipal em Teodoro Sampaio; e o Pontal conta com um grande corredor florestal que reconecta as Unidades de Conservação locais (Parque Estadual Morro do Diabo e Estação Ecológica Mico Leão Preto). Por outro lado, ainda temos necessidade de reconectar mais áreas florestais, conservar os serviços ecossistêmicos e ampliar o alcance da educação ambiental ”, comenta.
Prioridades para o Pontal
A partir de um quadro sobre as melhorias, potencialidades, riscos e obstáculos diante dos cenários socioambientais atuais, os participantes definiram as ações prioritárias a serem implementadas, a fim de manter as conquistas já alcançadas, e elaborar estratégias para superar os desafios ainda existentes. Algumas das ações prioritárias apontadas pela comunidade para a conservação da biodiversidade local foram a necessidade de se aumentar os plantios estratégicos para a formação de corredores florestais aumentando a conectividade entre florestas, e o envolvimento do poder público para ampliar o alcance da educação ambiental nos municípios da região do Pontal do Paranapanema.
“Há muitas oportunidades de captação de recursos e elaboração de projetos conjuntos entre diferentes setores para fortalecimento da Educação Ambiental. Uma das ações apontadas pelos participantes foi exatamente a de articular todos eles em busca de novos projetos e meios para viabilizá-los. Além disso, também apontaram a importância da participação de grandes empreendimentos com influência socioambiental na região de forma a serem parceiros para ações sustentáveis nos municípios”, complementa Maria das Graças.
Um novo encontro, pós Econegociação, está sendo organizado para o mês de junho, com o objetivo de apresentar o relatório da reunião e planejar estratégias de desenvolvimento e monitoramento das ações definidas como prioritárias nos dois dias de encontro.
A VI Econegociação do Pontal teve apoio da Ecosystem Alliance. O evento contou com a presença de representantes da Fundação Florestal (Parque Estadual Morro do Diabo), Divisão de Meio Ambiente de Teodoro Sampaio, prefeitura de Teodoro Sampaio, Itesp, Sabesp, ICMBio (Estação Ecológica Mico-Leão Preto), CESP, CETESB, Ministério Público de São Paulo, Condema, Comitê de Bacias Hidrográficas do Pontal (CBh-PP) assentados rurais, proprietários de fazendas na região, entre outros tomadores de decisão, organizações e lideranças que desenvolvem ações com foco socioambiental para a região.