Vinte pessoas entre colaboradores, proprietários de viveiros comunitários e técnicos do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas que atuam na região do Pontal do Paranapanema visitaram o viveiro de mudas nativas do bioma Mata Atlântica da Apoena – Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar, localizado em Presidente Epitácio/SP, no último mês. A visita teve como objetivo conhecer a máquina que produz ecopotes, que são cilindros de papel biodegradável onde serão colocadas as mudas e substrato. A busca por essa tecnologia tem o objetivo de reduzir impactos ambientais causados pelos tubetes de plásticos.
Os viveiristas aproveitaram a oportunidade para tirar dúvidas sobre o funcionamento da máquina e levantar questões com o objetivo de calcular os custos e os benefícios dos ecopotes em relação aos tubetes de plásticos e também saber mais sobre os ganhos ambientais.
A visita permitiu que os participantes colocassem a mão na massa. As colaboradoras do Viveiro Floresta, Daiana e Antônia, foram as primeiras a produzir alguns ecopotes com auxílio da equipe da Apoema.
Para a proprietária do Viveiro Mata Nativa e estudante do curso de Gestão Ambiental, Marcela dos Santos, o ecopote é uma inovação que contribui com o meio ambiente, pois é uma produção limpa, sem uso dos tubetes de plásticos. “Sim, os tubetes plásticos são reutilizados por vários anos, porém quando eles quebram são descartados. É aí que surge o problema porque a decomposição gira em torno de 450 anos”, disse.
Os visitantes também conferiram de perto o desenvolvimento das mudas plantadas nos ecopotes. Na avaliação do técnico do IPÊ, Nivaldo Ribeiro Campos, a semente plantada no ecopote tem inúmeras vantagens, uma delas é o sistema de enraizamento que fica mais próximo ao natural, pelo fato das raízes conseguirem atravessar as paredes de papel, ao contrário do tubete de plástico onde elas são barradas. “A proposta do IPÊ é incentivar e fomentar os viveiristas a fazerem a transição dos tubetes plásticos para os confeccionados em papel biodegradável”.
De acordo com Djalma Weffort, coordenador de projetos na Apoena, a associação é antiga, porém pequena, mas o sonho de lutar pelas questões ambientais é grande, por isso visa por inovações que contribuam com o meio ambiente e a aquisição dessa máquina que produz ecopotes é um dos passos em direção à tecnologia sustentável. “Apoena está sempre aberta para trocar conhecimentos e fortalecer a luta em prol da biodiversidade”, pontuou.
Aline Souza e Nivaldo Ribeiro, técnicos do IPÊ, e Hamilton Honorato da Silva, colaborador na Apoena.