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Como forma de multiplicar o conhecimento sobre a espécie, o Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto treinou, em 2018, dois alunos do Laboratório de Primatologia (LaP), da Universidade Estadual Paulista (UNESP Rio Claro). “Além de contribuírem para a pesquisa do projeto, esses alunos aprendem como os dados podem ser aplicados diretamente em ações de conservação para as espécies. Um dos alunos (Leonardo Silva) já faz parte da nossa equipe de pesquisadores”, comenta Gabriela Cabral Rezende, coordenadora.
Giovana Cristina Magro de Souza, estudante do curso de bacharel em Ciências Biológicas da UNESP e aluna de iniciação científica, chegou ao projeto do IPÊ por meio da professora Laurence Culot. Começou os trabalhos de campo apoiando na colocação de rádios-colares e agora realiza seus estudos com o objetivo de contribuir com dados para o programa de conservação. Os trabalhos dela com o mico analisam se os besouros coprófagos (aqueles que removem massas fecais em áreas de pastagens) enterram as sementes presentes nas fezes dos micos-leões-pretos, a profundidade disso e os fatores ambientais envolvidos. “Este trabalho apoia a conservação do mico no sentido de mostrar as relações que esse primata tem com a natureza e, assim, mostrar a importância dele dentro de seu habitat. Participar do projeto me proporcionou uma experiência de campo e de estar em contato com a realidade do mico-leão-preto, entender melhor o animal e de saber melhor como fazer um trabalho de campo com primatas”, afirma.
Laurence, professora e orientadora de Giovana, afirma que atualmente o trabalho de campo é menos valorizado do que há alguns anos, mas é fundamental na formação do biólogo ou ecólogo. “Através desta experiência, o aluno consegue, não somente observar a fauna, flora e suas interações (até então estudadas somente em sala de aula ou em livros), mas também se conectar com a natureza, gerar novas perguntas, e desenvolver novas habilidades (observação, orientação etc). Eu estou convencida que um aluno que teve várias experiências no campo tem um olhar diferente para a natureza: entende melhor os desafios relacionados à conservação por exemplo”, diz. Segundo ela, entretanto, para poder lidar com os desafios do campo, os alunos precisam ser proativos, curiosos, ter boa condição física e psicológica.
A professora ainda afirma que a parceria entre academia e terceiro setor, como no caso do IPÊ e UNESP, é um ganha-ganha por serem diferentes e complementares. “Na academia, tem muitos alunos e pesquisadores dispostos a se envolver em projetos, coletando e analisando os dados. Tem um potencial incrível. O problema, muitas vezes, é que tantos os docentes, pesquisadores e alunos têm pouco contato com projetos mais aplicados. Ao trabalhar com o terceiro setor, esse desejo pode virar realidade e beneficia os dois lados. Além disso, para fazer pesquisa, precisamos de dinheiro. Colaborações entre setores permite ter acesso a fontes de financiamento mais diversas. Alguns auxílios são somente para acadêmicos enquanto outros só podem ser outorgados à ONGs”, conclui.
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