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Moradora do assentamento rural Laje, na cidade de Alto Rio Novo, Espírito Santo, Jacimara de Oliveira Rosa não esconde a satisfação de viver em uma região cercada por floresta. “Ouvir o som dos passarinhos é sempre muito bom”, comenta. Mas ela deseja muito mais. “Aqui no Laje a gente já é bem avançado no plantio de floresta. Então, além disso, meu sonho para esse assentamento é ver a associação funcionando, levando benefícios aos assentados, e ver a associação de mulheres, com todo seu potencial, seguir em frente. Quero ver a gente desenvolvendo nossos viveiros de mudas e prosperar ainda mais”, comenta.
Jaci, como é mais conhecida na região, tem 19 anos e é uma das moderadoras do projeto “Educação, Paisagem e Comunidade”, realizado pela ESCAS/IPÊ em quatro assentamentos rurais no interior do ES. Ela é responsável pelo contato direto com os moradores do seu assentamento, ajudando na mobilização e participação dos agricultores nas atividades propostas, que buscam levar capacitação e renda à comunidade, com participação social. Na foto, Jacimara visita o agricultor Geraldo Peixoto, produtor de cacau e café, no Laje.
Assim como ela, outros três jovens moderadores, um de cada assentamento, fazem essa ponte entre projeto e agricultores.
“Como filha de assentados rurais e moradora de assentamento, eu entendo a realidade local e posso conversar de igual para igual com eles, porque tenho a confiança das pessoas e a amizade, já que cresci aqui”, comenta ela.
Um dos primeiros passos do projeto foi compreender a realidade local e expectativas dos moradores para iniciar os processos de transformação ambiental necessários para o desenvolvimento sustentável da região, atendendo a questões sociais, ambientais e econômicas. Por exemplo, o IPÊ já vem fazendo piqueteamento em áreas prioritárias para a manutenção de nascentes e corpos hídricos, já que a conservação da água nas propriedades é uma das preocupações mais recorrentes. Além disso, atividades como coleta de sementes já estão sendo implementadas e ajudam na renda familiar dos agricultores.
A tarefa de ajudar na mobilização dos assentados para participarem de reuniões e cursos não foi tão fácil para Jacimara, pelo menos no começo. Ela relata que sua timidez era um fator limitador e que, a partir do contato com os pesquisadores, da participação em reuniões e debates do projeto, conseguiu evoluir.
“Eu me sentia limitada, porque não era muito aberta para falar e expor minhas opiniões. Com o caminhar do projeto, fui aprendendo a me comunicar melhor. Apesar de ainda ser jovem, eu consigo me posicionar mais, respeitando a opinião das pessoas, mas colocando as minhas ideias, como alguém que quer um futuro promissor para o nosso assentamento. Sei do meu valor e do valor da agricultura familiar e isso é muito importante. O IPÊ fez eu acreditar em mim, sem mudar minha essência. Hoje me sinto mais preparada para os desafios”, afirma ela que, no futuro, sonha em ser psicanalista e atender à população rural.
O projeto “Educação, Paisagem e Comunidade” tem apoio financeiro da Fundação Renova.
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