O trabalho de análise de biodiversidade, desenvolvido pelo IPÊ em parceria com a DANONE, deu à empresa francesa no Brasil o prêmio de mais sustentável do ano na categoria Gestão da Biodiversidade, pelo Guia Exame de Sustentabilidade 2014 (Revista Exame/Editora Abril). A premiação foi entregue dia 05 de novembro em cerimônia em São Paulo (foto).
O estudo é destaque na edição 2014 do Guia EXAME de Sustentabilidade, o maior levantamento de sustentabilidade corporativa do país, que reúne 61 empresas-modelo em 19 setores, com olhar especial para as companhias com as melhores práticas em cada um deles.
A iniciativa entre o Instituto e a empresa observou a relação dos negócios da companhia com os serviços ecossistêmicos providos pela biodiversidade. O objetivo foi compreender de que forma as alterações no meio ambiente impactam diretamente a produção da empresa e como as atividades da companhia impactam os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade. Além disso, o estudo apresentou as formas com que a DANONE (que é líder nacional em produtos lácteos frescos) pode contribuir para beneficiar a biodiversidade e a manutenção desses serviços por meio de sua cadeia produtiva.
Iniciado em abril de 2012, o trabalho foi realizado com a metodologia Ecosystem Services Review (ESR), do World Resources Institute (WRI) – organização ambiental mundial que apoia os desenvolvedores de ações proativas nas estratégias de gestão de riscos e oportunidades decorrentes da dependência e impacto da empresa nos ecossistemas. Os esforços foram direcionados para a cadeia das matérias-primas necessárias para a produção de Danoninho, o segundo produto mais vendido da DANONE no Brasil.
Foram avaliados os riscos e as oportunidades socioambientais nos quais estão envolvidos seus principais componentes: Leite, Açúcar, Morango e a Fábrica. Além disso, o levantamento indicou como a produção de cada um desses componentes afeta solo, bacias hidrográficas, clima, fauna, flora, etc. Para isso, foram consultados os responsáveis dos principais setores da empresa, além de fornecedores (especialmente de São Paulo e Minas Gerais), produtores rurais e dados de agências governamentais. O levantamento também usou técnicas de coleta de amostras de água, solo e bioindicadores para verificar as relações entre meio ambiente e negócio.
“É um dos primeiros trabalhos no mundo em que se utiliza o “Biomonitoring 2.0” com novos sequenciadores de DNA (tecnologia inovadora) com o objetivo de integrá-los aos serviços ecossistêmicos. Assim, analisamos a biodiversidade de animais, não de fungos ou bactérias, o que gera um resultado com maior precisão”, afirma o pesquisador do IPÊ, Pedro Miguel Pedro, PhD em Genética pela Universidade Guelph, Canadá.