Em busca de inovações na área ambiental, o IPÊ abre caminho para uma nova etapa que se inicia rumo à produção sustentável de mudas nativas do bioma Mata Atlântica, na região do Pontal do Paranapanema, no extremo Oeste Paulista. Aos poucos, nos viveiros comunitários apoiados pelo IPÊ, os tradicionais tubetes de plásticos vão sendo substituídos por tubetes de substrato envolvidos em papel biodegradável, os chamados ecopotes.
O coordenador do projeto viveiros comunitários, Nivaldo Ribeiro Campos, cita alguns benefícios dos ecopotes, por exemplo, na questão ambiental a benfeitoria é referente à versatilidade do papel biodegradável como alternativa natural que não agride o meio ambiente. “Já para o desenvolvimento da muda, a vantagem é que nesse sistema as raízes conseguem atravessar o tubete biodegradável devido a porosidade do papel. Esse processo mantém as raízes mais próximas do natural e facilita o desenvolvimento das mudas no campo, além de reduzir custos com replantio”, comenta.
Para dar o pontapé inicial o IPÊ adquiriu cerca de 40 mil tubetes biodegradáveis, além de 320 bandejas apropriadas para produção com o intuito de fomentar os oito viveiros que fornecem mudas nativas para o Instituto. Cada viveirista recebeu em média 40 bandejas e 5 mil ecopotes, para iniciar o processo de transição.
A iniciativa vem apresentando resultados positivos. A viveirista Iraci Lopes Corado, proprietária do viveiro Viva Verde, é um exemplo, e, nos últimos meses, investiu recursos próprio na compra de 460 bandejas. Segundo Iraci, ela está fazendo alguns testes para analisar como é o processo de germinação das sementes nos tubetes biodegradáveis. No entanto, ela já avaliou que a semente de Jatobá (Hymenaea courbaril) é uma das espécies, a qual apresentou um ótimo desenvolvimento no ecopotes.
Outro fator positivo do plantio no ecopote destacado pela viveirista é referente às produções de diferentes espécies de ipês. De acordo com Iraci, o enraizamento dessa espécie agrega muito ao substrato, e isso, gera dificuldade ao retirar essa muda do tubete de plástico, sendo necessário bater com auxílio de um pedaço de madeira no recipiente até as raízes se soltarem, podendo até ocasionar a perda de mudas. Essa atividade também pode ocorrer a quebra os recipientes plásticos, gerando o descarte e causando prejuízos. “Com o ecopote esse problema deixa de existir pelo fato dessa muda ir direto no cilindro de substrato para o campo”, diz.
Outra viveirista que ressalta os benefícios do tubete biodegradável é, Marcela dos Santos, proprietária do viveiro Mata Nativa. Nesse período de transição ela já percebeu uma grande vantagem dos ecopotes, que é o fato das mudas serem transportadas para o campo sem a necessidade de remoção do recipiente, como ocorre com os tubetes tradicionais. Essa operação gera redução de tempo com a mão de obra e, consequentemente, custos.
Na avaliação de Nivaldo, os viveiristas comunitários se adaptaram muito bem a essa inovação ambiental, a qual está em transição nos viveiros comunitários, sendo que, 10% da produção já está sendo realizada nos tubetes biodegradáveis. Porém, essa implantação rumo a produção sustentável é um processo de longo prazo.
Olá pessoal!
Ótima iniciativa! Gostaria de saber onde encontro para comprar os tubetes biodegradáveis e as bandejas.
Desde já agradeço. 🙂