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*com ICMBio
O II Seminário de Construção Coletiva de Aprendizados e Conhecimentos, realizado em junho pelo IPÊ, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação Ambiental e Sustentabilidade), reuniu gestores, monitores e comunidades de Unidades de Conservação (UCs) e pessoas que vivem próximas dessas áreas protegidas. Todos participam do projeto do IPÊ, Monitoramento Participativo da Biodiversidade (MPB), que está inserido no programa Monitora, do ICMBio.
No MPB, a comunidade é protagonista. O projeto acontece desde 2013, promovendo o envolvimento das comunidades para fortalecer a gestão e a conservação da biodiversidade em UCs da Amazônia, por meio do monitoramento participativo de biodiversidade. O monitoramento é fundamental para entender e moderar a extensão de mudanças que possam levar à perda de biodiversidade local, subsidiar o manejo adequado dos recursos naturais e promover a manutenção do modo de vida das comunidades locais. O projeto MPB vem sendo implementado em 17 UCs, totalizando quase 12 milhões de hectares.
Durante o seminário, foram compartilhadas as experiências dos participantes do projeto, buscando o diálogo entre eles. Além de palestras, rodas de conversa favoreceram essas trocas sobre vivências no monitoramento da biodiversidade da Amazônia. A proposta do seminário, aliás, nasceu de um incômodo sobre devolutivas dos pesquisadores e gestores às comunidades, já que estas se sentiam desvinculadas das interpretações e análises anteriormente feitas apenas pelos técnicos. No segundo seminário, foi a hora de saber como o monitor está exercendo o papel de protagonista da narrativa do monitoramento e como o conhecimento tradicional é agregado ao acadêmico.
Na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (PA), oito comunidades fazem parte do monitoramento. Lá são implementados o protocolo básico do componente terrestre (plantas, borboletas frugívoras, etc) e protocolos complementares demandados pelos próprios comunitários para avaliação dos recursos da UC. Na visão da gestora da Resex, Jackeline Nóbrega, sem a comunidade, o monitoramento é inviável. De acordo com ela, as comunidades precisam estar conectadas com o monitoramento do planejamento à análise de dados, pois são as principais beneficiadas.
Jesuíno Pereira Chaves, conhecido como Jarana, é comunitário da Resex Tapajós-Arapiuns e destaca a necessidade da conservação, pois a falta de recursos vai atingir primeiro as comunidades residentes nas UCs. Para ele, o investimento na capacitação gera resultados positivos para conscientização da comunidade e para mostrar a importância da biodiversidade.
Além do maior envolvimento com o território, os monitores também relatam outros aspectos positivos trazidos com o projeto. Tanto entre os jovens quanto entre os mais antigos, a alegria de ter a profissão “Monitor da Biodiversidade” é exibida com orgulho e alegria. O conhecimento adquirido também é aplicado para a produção sustentável dentro das associações comunitárias e alguns até trilham o caminho acadêmico com base no que aprenderam como monitores.
PUBLICAÇÃO Durante o Seminário, foi lançada a segunda edição da publicação “Monitoramento Participativo da Biodiversidade: Aprendizados em Evolução”. O livro traz anotações de experiências em unidades de conservação na Amazônia Brasileira entre 2013-2017, estratégias, ferramentas e um passo a passo da implementação. O livro pode ser acessado aqui.
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