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A troca de experiência com pesquisadores do IPÊ marcou as duas Resoluções de Desafios propostas aos alunos da Pós-graduação em Gestão de Negócios Socioambientais, da ESCAS-IPÊ, nos meses de maio a julho, durante o último módulo do curso.
“Trouxemos para os alunos desafios reais enfrentados pelos pesquisadores do IPÊ em dois projetos: o Semeando Água, realizado no Sistema Cantareira (SP e MG) e o Corredores de Vida, no Pontal do Paranapanema (SP)”, afirma Eduardo Badialli, coordenador da Pós-graduação em Gestão de Negócios Socioambientais, da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade do IPÊ.
A Resolução de Desafios é uma atividade didático-pedagógica com objetivo de avaliar os alunos quanto à aplicação prática dos conhecimentos das disciplinas diante de desafios reais. “A expectativa é proporcionar aos alunos a experiência de consultores dos projetos”, destaca Rosa Maria Fischer, coordenadora do CEATS-USP – Centro de Empreendedorismo e Administração em Terceiro Setor, que desenvolve a orientação pedagógica do curso.
A equipe da ESCAS-IPÊ reservou dois dias de aula para cada projeto com intervalo de três semanas. No primeiro encontro, os pesquisadores apresentaram o panorama do projeto, seguido dos desafios com conversas para esclarecimento de dúvidas. No segundo encontro, três semanas depois, os alunos trouxeram os planos/propostas para responder aos desafios. E mais uma vez tiveram a oportunidade de trocar experiências e insights com os pesquisadores.
Desafios do Semeando Água
A equipe do Projeto coordenado por Alexandre Uezu trouxe para a turma desafios relacionados ao ganho de escala na implementação de sistemas produtivos, fomento ao empreendedorismo sustentável, comercialização estratégica e ampliação do número de atores sociais/apoiadores.
O grupo 1 apresentou planejamento que alinha a implementação de sistemas produtivos com instrumentos econômicos, como as Certificações de Carbono e de Biodiversidade e os PSA – Pagamentos por Serviços Ambientais. Já o grupo 2 desenvolveu plano com exemplos de iniciativas que têm potencial de contribuir com o ganho de escala, por meio do fortalecimento da sustentabilidade financeira.
Para promover o desenvolvimento econômico sustentável com estímulo ao empreendedorismo, o grupo 3 propôs o uso de metodologias de Oficinas de Futuro e da Cartografia Social para avanços nas áreas de Inovação, Comercialização, Capacitação e Cultura. Já o grupo 4 desenvolveu estudo com estratégias de comercialização divididas em: Distribuição de cestas, Programas de Governo, além de via Associações/Cooperativas. Os alunos também trouxeram para a equipe do projeto contribuições voltadas ao Fortalecimento das Redes de Comercialização.
Alexandre Uezu, coordenador do Projeto Semeando Água, destaca que as perspectivas dos alunos reforçam os próximos passos do projeto e trazem também novas oportunidades. “Só tenho a agradecer pelo empenho dos quatro grupos que entenderam os desafios da região. Eles realmente entraram de cabeça nas provocações. Já estávamos pensando em algumas das questões levantadas pelos alunos e os trabalhos fortalecem essas necessidades. Ao mesmo tempo, eles também apresentaram propostas com contribuições valiosas”.
Também participaram da Resolução de Desafios junto com Uezu: Andrea Pupo, coordenadora de educação ambiental do projeto, Simone Tenório, coordenadora de Políticas Pública e Cibele Quirino, à frente da área de Comunicação do projeto.
Desafios Corredores de Vida
Laury Cullen Jr., pesquisador do IPÊ, que coordena o projeto Corredores de Vida, realizado no Pontal do Paranapanema (SP), provocou a turma com os desafios da restauração florestal alinhada à gestão dos créditos de carbono.
O grupo 1 desenvolveu matriz para analisar os potenciais riscos inerentes à obtenção de créditos de carbono, tendo em vista decisões estratégicas para a operação. O grupo 2 apresentou reflexões sobre a jornada das empresas que estabelecem net zero e também quanto à importância de ir além das compensações via compra crédito de carbono com benefícios sociais e ambientais.
“Fiquei tocada pela profundidade das análises e pela assertividade com que apresentaram os trabalhos”, comenta Rosa Maria Fischer. O pesquisador do IPÊ concorda com a coordenadora do CEATS-USP. “Quero dar os parabéns ao grupo. As discussões realizadas nos dois dias foram produtivas para a turma, mas também para quem está no dia a dia do projeto”, comenta Laury que contou com a companhia de Ricardo Gomes César, pós-doutorando que realiza estudos sobre Carbono na região e de Laion Pazian, economista da Biofílica, empresa que desenvolve e realiza a gestão e a comercialização dos créditos de carbono no projeto.
Badialli, coordenador da Pós-Graduação, destaca a pluralidade de formações como uma característica importante para as discussões da turma. “É sempre muito interessante notar como cada aluno articula o conteúdo das aulas com a própria experiência. A diversidade tanto de formações quanto de experiência dos alunos agrega muito às discussões do curso”.
Conheça a opinião dos alunos
Semeando Água
“Gostei de ver o quanto as soluções foram complementares, elas tangenciaram vários pontos em comum”, Stephanie Bradfield, analista de inovação.
“Foi muito rico. Criar soluções não é o mais difícil, precisamos realmente pensar em soluções que entreguem resultados para aquela realidade”, Thaisa Frutoso, gerente de marketing.
“Fiquei muito entusiasmado com o projeto e também indignado. Deveria haver um compromisso efetivo da região beneficiada pela água do Cantareira. As pessoas abrem a torneira, mas não sabem o significado da água, tudo o que está relacionado para que a água chegue até ali”, Renato Moreira, administrador de empresas.
Corredores de Vida
“Foi enriquecedor entender o quão complexo é fazer o desenho de um projeto de carbono. Propor algo que realmente seja interessante para todos os envolvidos”, Tarcísio da Silva Santos Júnior, biólogo com mestrado e doutorado em Ecologia.
“Trata-se de uma solução que se enquadra para qualquer proprietário, é possível desenhá-lo de acordo com os interesses de cada um”. Ana Beatriz Tukada de Melo, engenheira florestal.
“Notar as diferentes visões dos grupos, diante do mesmo desafio, é algo bem interessante, gostei muito dessa metodologia”, Camila Rodriguez, engenheira ambiental.
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