Projeto “Semeando Água” analisa espécies da Mata Atlântica e métodos que viabilizem a restauração em áreas prioritárias no Sistema Cantareira
Uma pesquisa realizada por especialistas do IPÊ vem testando e monitorando espécies nativas e métodos de baixo custo que servirão para restauração florestal. O estudo é realizado em um viveiro, em Nazaré Paulista (SP), construído pelo projeto “Semeando Água”, que é patrocinado pela Petrobras, e há oito meses desenvolve ações que permitam a conservação de corpos hídricos em propriedades rurais que compõe o Sistema Cantareira, por meio de capacitação, restauração e educação ambiental.
O projeto vem selecionando propriedades rurais que possuam áreas prioritárias para a restauração florestal como: entornos de rios, lagos e nascentes. E, junto com os proprietários os pesquisadores do “Semeando Água” escolhem o local mais apropriado para receber a intervenção.
Assim que a área a ser restaurada é definida, os pesquisadores adotam um dos modelos de baixo custo para a realização do trabalho. Os modelos utilizados envolvem a condução de: regeneração natural, nos casos em que fragmentos de florestas próximos contribuem com a dispersão de sementes, e assim a regeneração acontece; semeadura de espécies que melhor se adaptam ao local; e plantios de mudas.
Para apoiar as ações de restauração florestal pesquisadores utilizam o viveiro para estudar as mudas nativas quanto ao seu tempo de germinação e desenvolvimento para decidir quais espécies devem ser utilizadas em campo. “Estamos observando como as espécies se desenvolvem no viveiro, observamos os comportamentos de germinação e dessa forma conseguimos ter informação suficiente para a tomada de decisão”, explica a pesquisadora e coordenadora do projeto Patrícia Paranaguá.
Com a capacidade de produzir seis mil mudas, o viveiro fornecerá parte das mudas que o projeto precisará para restaurar os 15 hectares previstos. A pesquisadora explica que a função do viveiro vai além de prover mudas: “Nossa intenção com o viveiro é extrapolar a ideia de fornecimento de mudas. Ele é peça fundamental para a geração de conhecimento sobre a biologia reprodutiva de espécies para restauração florestal”, explica Patrícia.