::cck::894::/cck::
::introtext::
Evidências científicas sobre os benefícios das áreas com Sistemas Agroflorestais (SAFs) para o meio ambiente e a segurança alimentar estão entre os objetivos da pesquisa desenvolvida por Vitória Duarte Derisso, mestranda da Escola Superior Luiz de Queiroz (ESALQ), com acompanhamento de Haroldo Borges, pesquisador no IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e de Aline Souza, extensionista do Instituto. “A expectativa é a de que os dados possam fortalecer os produtores de SAFs e ainda incentivar a implementação dos SAFs nos assentamentos em que eles até o momento não estão presentes”, comenta Vitória.
Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são sistemas produtivos que potencializam a produção de forma sustentável equilibrando ganhos econômicos, sociais e ambientais. Unem produção agrícola com vegetação nativa florestal, além de produzir sem agrotóxicos. O IPÊ vem trabalhando com esse sistema no Pontal do Paranapanema, junto a assentados rurais, em uma área de grande impacto para a proteção da Mata Atlântica e toda a sua biodiversidade, há mais de 20 anos.
A pesquisa de Vitória será realizada em assentamentos rurais no Pontal do Paranapanema que possuem SAFs implementados com apoio do IPÊ. Cerca de 50 famílias são beneficiadas com o sistema e têm orientação dos pesquisadores do Instituto. No estudo, serão analisadas a produção de café em áreas manejadas de SAFs de diferentes idades, entre 18 e 20 anos em comparação aos mais novos que possuem entre cinco e seis anos.
Para mensurar a produção de café nos SAFs, a pesquisadora vai avaliar se a frequência do manejo (poda e capina) influencia os indicadores ecológicos. A metodologia utilizada é o inventário florístico com medição das árvores (diâmetro do tronco, altura das copas), identificação de espécies, quantidade de regenerante natural (sementes transportadas pelo vento ou animais) em parcelas com 900 metros quadrados.
Vitória também vai estabelecer dados comparativos entre os SAFs e as florestas nativas, uma vez que as matas nativas possuem as condições ideais de ecossistema e servem como parâmetro para os SAFs. “A comparação dará um norte em termos de qualidade ecológica de um SAF para uma floresta conservada”, revela.
Dessa forma será possível verificar se os SAFs estão atingindo os índices ecológicos (porcentagens de coberturas de copa e de solo, números de espécies e de indivíduos nativos regionais arbóreos) propostos pelo Anexo V da Resolução SMA 189, de dezembro de 2018. A medição tem como base o protocolo elaborado por profissionais do Grupo de Trabalho de Nativas que são os responsáveis pela construção do Anexo 5 da Resolução SMA 189. “Esse protocolo é inédito e está em fase de testes”, comenta Derisso.
::/introtext::
::fulltext::::/fulltext::
::cck::894::/cck::