Foi de uma inconformidade com a realidade de meninas em estado de vulnerabilidade social, que Raquel Barros (foto) começou a criar soluções transformadoras. Muitas delas, consideradas inovadoras e diferenciadas, geraram impacto na vida de várias mulheres e já foram reconhecidas, por meio de prêmios, inclusive. “A inovação começa a existir a partir de um desejo forte de mudar o que está acontecendo. Antes de acontecer, você acredita que é possível e, a partir daí, buscar elementos para concretizar”, disse ela, uma das palestrantes do I Seminário de Práticas Inovadoras.
Com uma temática aparentemente diferente da que estava sendo discutida no seminário, sobre meio ambiente e UCs, a palestra da psicóloga e empreendedora social destacou as atividades realizadas por ela e sua equipe na Associação Lua Nova, criada por ela para apoiar jovens mães em situação de risco. A associação começou em Sorocaba (SP) e hoje já leva sua inovação social para países da América Latina.
Em entrevista, Raquel afirma que, independentemente da área de atuação, é o desejo de mudança de uma realidade que faz as pessoas inovarem. “Isso é o que faz a gente ‘fazer mesmo assim’, ‘fazer apesar das dificuldades’. Quem quer realizar mudanças, está constantemente quebrando paradigmas, porque muitas vezes há falta de recursos para isso e você tem que ter parceiros, mobilizar, achar meios. Quando você vê, cria coisas diferentes, que nunca ninguém tinha pensado e que faz toda a diferença. Isso em várias áreas seja na preservação ambiental ou na área social”, disse.
Claudio Padua, vice-presidente do IPÊ e reitor da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (foto), também foi um dos palestrantes. No evento, ele falou sobre inovação no dia a dia de profissionais e gestores de parques e áreas protegidas. Para ele, os três grandes desafios atuais que envolvem a melhoria de gestão nas UCs estão em: como resolver problemas de recursos humanos, como fazer o gestor se expressar, e como fazer com que as UCs se transformem no epicentro do desenvolvimento regional, já que, para ele, os maiores problemas acontecem no entorno dessas UCs.
“Fico feliz em ver tantas ideias inovadoras aqui juntas nesse seminário. Elas são feitas muitas vezes na garra e precisamos delas para realizar a conservação de forma real”, disse. Para Padua, as soluções inovadoras têm capacidade de se tornarem políticas públicas e muitas vezes começam por ações simples.”A solução, eu vejo, não está no grande. Está muitas vezes em pequenos acordos locais, parcerias mais simples, que não dependem de decisões em grande instância para serem realizados”, afirmou Padua.