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Natural de Ipatinga, Minas Gerais, Lucas Soares aproveitou as férias do curso de Engenharia Ambiental para fazer uma viagem a uma praia diferente, longe dos destinos turísticos tradicionais. Escolheu ser voluntário nas praias da Amazônia, acompanhando o Projeto Quelônios do rio Trombetas (PQT), responsável pela conservação de tartarugas-da-Amazônia, na Reserva Biológica (Rebio) do Rio Trombetas.
“Minha formação é em Gestão Ambiental. Já havia atuado em indústria, mas nunca na área de conservação, e eu tinha a vontade de conhecer essa realidade de perto. Como eu tinha uma especialização em geoprocessamento e a Rebio Trombetas estava precisando de alguém com essa expertise na área de mapeamento, isso me motivou a escolher essa Unidade de Conservação especificamente, além, claro de poder presenciar a soltura de tartarugas feita na área”, conta.
Para chegar até lá, Lucas usou a nova plataforma do Sistema de Voluntariado do ICMBio e registrou seu interesse em fazer parte de atividades nas Unidades de Conservação (UCs) . Elaborado pelo IPÊ, em parceria com o ICMBio, o sistema digital cruza as informações das UCs que precisam de voluntários, com os dados de quem deseja ser um deles. Por ali, o cadastro dos voluntários pode ser feito por eles próprios, assim como seu controle de frequência. “O uso da plataforma foi super tranquilo. O cadastramento é bem autodidático e as informações estão muito bem explícitas nos editais. Achei muito fácil e acessível para encontrar as informações que eu precisava para me voluntariar”, comenta.
O sistema foi desenvolvido com participação dos gestores locais das UCs e percorre todas as etapas da gestão do Programa de Voluntariado: adesão/planejamento; emissão de certificados; preparação de editais e planos de trabalho; divulgação de vagas disponíveis; avaliação e diferentes tipos de relatórios.
A participação de voluntários em áreas protegidas tem crescido de forma exponencial. No Brasil, o voluntariado em Unidades de Conservação (UCs) federais acontece por meio do Programa de Voluntariado do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Atualmente, 168 UCs e centros de pesquisa participam do programa. Em 2017, um levantamento registrou mais de 2.200 participantes e cerca de 103.000 horas de trabalho voluntário. O número de voluntários também tem crescido e o potencial é imenso. Apenas entre julho de 2018 e fevereiro de 2019, quase 10.000 pessoas fizeram registro no Cadastro de Voluntários do ICMBio. A atividade, segundo Lucas, é marcante.
“Não tem como mensurar um valor que pague um curso que dê toda essa bagagem que eu tive vivendo essa experiência como voluntário em Trombetas. Se eu fosse resumir em palavras como foi a minha experiência, eu diria que foi singular, única, maravilhosa. Para a minha vida pessoal foi um crescimento enorme vivenciar tudo isso, esse contato com a natureza. Para minha vida profissional foi um divisor de águas e um dia eu espero poder vivenciar isso na minha carreira também”, conta.
Histórico
O Programa de Voluntariado do ICMBio contou com muitos avanços a partir da sua reestruturação em 2015, envolvendo IPÊ, WWF-Brasil e organizações locais que atuam em conjunto com as UCs. Uma das estratégias estabelecidas foi, justamente, integrar mais a sociedade à realidade das UCs. “O programa como um todo, ajuda a formar embaixadores para a conservação da biodiversidade. A partir do momento que as pessoas se voluntariam e trabalham nas UCs, elas estão tomando contato com as dificuldades e também com as mensagens que essas áreas protegidas têm a nos oferecer. Então elas levam para seus espaços sociais, suas famílias, associações, cooperativas, para seu trabalho e outros espaços essa mensagem ambiental”, afirma Paulo Russo, coordenador geral do SISBIO/ICMBio em 2018.
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