Em 2015, o Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto ganhou um novo impulso para as ações de mobilização comunitária, no Pontal do Paranapanema. Com apoio de UICN e Disney, serão desenvolvidas iniciativas para fortalecer, junto à população local, a importância da conservação desta espécie ameaçada de extinção, que só é encontrada no Estado de São Paulo.
Neste ano, as unidades escolares dos municípios que possuem em seu território fragmentos da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (ESEC MLP), serão inseridas nas iniciativas de educação para proteção e valorização das áreas naturais. A ESEC MLP é uma das principais Unidades de Conservação Federal do Estado de São Paulo, com cerca de 6,7 mil hectares, localizada na região do Pontal do Paranapanema e atualmente conectada ao Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD) por um corredor florestal restaurado pelo IPÊ. A área é dividida em quatro fragmentos florestais: Água Sumida (1.119 ha), Ponte Branca (1.306 ha), Tucano (2.115 ha) e Santa Maria (2.057 ha). É um dos últimos locais em que habita o mico-leão-preto, formada por alguns dos maiores fragmentos de floresta da já desmatada Mata Atlântica do Pontal do Paranapanema.
De acordo com a coordenadora de Educação Ambiental do IPÊ Maria das Graças Souza, a ideia é ampliar as ações com olhar direcionado a esta importante área. “A comunidade já conhece bem o Parque Estadual Morro do Diabo, que é um símbolo na região, e onde temos a maior concentração de micos-leões-pretos no Brasil. Mas a ESEC é também de enorme importância para a sobrevivência da espécie, porque ali também existem populações de micos habitando estes fragmentos, além de diversas outras espécies ameaçadas da nossa fauna. Por isso, as ações socioeducativas proporcionarão informações, valores, conhecimentos e a aproximação da comunidade local, direcionadas também a esta importante unidade de conservação da região”, conta.
A estratégia do projeto será a de abordar a comunidade local a partir de ações junto ao ensino fundamental municipal, oferecendo atividades educativas que incluem capacitação de professores, oficinas de arte-educação para professores e alunos, e uma exposição fotográfica itinerante nas cidades do entorno da ESEC (Teodoro Sampaio, Euclides da Cunha, Marabá Paulista e Presidente Epitácio) com imagens do mico, das árvores utilizadas por eles, das pesquisas científicas, entre outras. Também estão previstos spots divulgados em rádio para levar informações sobre a espécie à população dos municípios.