A agenda ESG (Environmental, Social and Governance) está entre as macrotendências impulsionadoras do crescimento do emprego, segundo o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023, do Fórum Econômico Mundial. Pesquisa a partir do termo ESG mostrou no Google Trends que “ESG empresas”, “sustentabilidade” e “esg sustentabilidade” tiveram alta de buscas superior a 5.000% nos últimos 10 anos, o que revela que os profissionais estão em conhecimento para responder à demanda.
Mas por onde começar?
Segundo Aron Belinky, sócio da ABC Associados, consultor e professor do curso ESG da Teoria à Prática: Lidando com a Complexidade, da ESCAS/IPÊ, o ponto de partida é a análise do impacto da própria empresa. “A primeira medida é olhar a questão dos impactos, a partir disso a gente vai saber se a empresa está trabalhando para diminuir os impactos negativos e aumentar os impactos positivos. Em termos de gestão empresarial, o X da questão é que tipo de impacto ela está causando, se negativo – a empresa está destruindo algum tipo de riqueza, dificultando a vida de algumas pessoas de alguma maneira. Se é um impacto positivo ao operar a empresa está ajudando a superar desafios e problemas. A perspectiva ESG começa quando a empresa percebe que os impactos que ela causa na sociedade e no meio ambiente podem retornar sobre ela, positiva ou negativamente, e, a partir dessa percepção, passa a gerenciá-los e a considerá-los em sua estratégia”.
Na pesquisa no Google Grants com o termo ESG, o fato de a palavra Sustentabilidade aparecer na segunda colocação não é uma surpresa. “Existe uma confusão indevida entre ESG e sustentabilidade. Muita gente se comporta, age como se ESG fosse um novo nome para sustentabilidade ou ainda sustentabilidade pensada de uma maneira mais estratégica e isso na verdade e é um erro grande. O ESG nasce como gestão de risco de maneira relacionada não apenas a riscos imediatos econômicos e financeiros, mas também de riscos derivados de impactos sociais, ambientais e etc. Dessa forma o ESG está relacionado à capacidade da empresagerar valor, ou seja, aquilo que afeta a capacidade de uma empresa gerar valor é o que que está no escopo do interesse ESG”, explica Belinky.
Novidades no mercado
Entre os desafios do ESG está a questão dos indicadores para mensuração dos impactos. Em geral, as empresas têm buscado o desenvolvimento de metodologias em universidades, fintechs e em instituto de pesquisas como forma de atender a essa demanda. “Com a publicação dos padrões da IFRS – International Financial Reporting Standards, a organização internacional responsável pelos padrões contábeis mais amplamente aceitos no mundo, em junho de 2023, a expectativa é de avanços nessa esfera”, pontua Belinky.
Enquanto a IFRS S1 fornece um conjunto de requisitos para que as empresas comuniquem aos investidores sobre os riscos e oportunidades relacionados com a sustentabilidade que enfrentam a curto, médio e longo prazo, a S2 estabelece os requisitos para uma empresa divulgar informações sobre os seus riscos e oportunidades relacionados com o clima, com base na IFRS S1.
Oportunidade para aprimoramento profissional
Na programação decursos de curta duração da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade o destaque é o curso ESG da Teoria à Prática: Lidando com a Complexidade que tem atraído profissionais além do estado de São Paulo. O modelo híbrido permite aulas presenciais de imersão em Nazaré Paulista/SP ou online e já mobilizou profissionais de outros estados que representaram até o momento 51% dos inscritos, com destaque para os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
“Entre os 33 participantes da primeira edição realizada em 2022, cerca de 1/3 recebeu promoção após a conclusão do curso e vários implementaram estratégias e ferramentas nas organizações em que atuam”, destacou Andrea Peçanha, coordenadora da Unidade de Negócios Sustentáveis do IPÊ durante o webinar ESG: fragilidade ou fortaleza? e também professora do curso.
O curso que está com inscrições abertas é uma parceria entre a ESCAS, a Unidade de Negócios Sustentáveis do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e o Briyah Institute. O curso é o desdobramento da iniciativa ESG Na Prática, uma parceria entre o IPÊ e o LinkedIn. Confira as principais tendências do ESG para 2023.