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No rio Uatumã, em Presidente Figueiredo (AM), encontra-se o lago da Usina Hidrelétrica de Balbina (UHE Balbina), com mais de 2,3 mil km2. Ali, o principal atrativo pesqueiro é o tucunaré. Para avaliar como a pesca acontece e de que forma é possível realizar um melhor manejo da atividade para que esta possa ser sustentável na região, 100 pescadores fazem o monitoramento de três espécies de tucunarés que são pescadas no lago. A atividade acontece desde 2014, via projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade, uma parceria do IPÊ com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Os pescadores levantam informações sobre a atividade durante oito meses do ano, paralisando apenas nos quatro meses do defeso (quando é proibida a pesca, de 15 de novembro a 15 de março).
O monitoramento participativo do desembarque de tucunarés se tornou uma importante ferramenta para auxiliar na tomada de decisões sobre a gestão da pesca no lago da UHE de Balbina. Os pescadores passam as informações coletadas e os formulários são preenchidos por dois monitores no porto da Vila de Balbina e dois monitores no porto da comunidade Boa União do Rumo Certo.
Para trocar informações sobre essa atividade, hoje fundamental para os pescadores e para a conservação do peixe, foram realizados no mês de março encontros chamados Diálogos do Monitoramento Participativo. Fizeram parte desses eventos 63 participantes na Comunidade Boa União do Rumo Certo e 51 participantes na Vila de Balbina. que são usuários do lago e monitores. Além disso, representantes da Reserva Biológica do Uatumã (Rebio Uatumã), IPÊ, Sindicato de Pescadores de Presidente Figueiredo e Colônia de Pesca Z-6 também participaram deste, que é um momento de troca de conhecimentos e melhorias da atividade de monitoramento.
Nos encontros, foram apresentados os dados do monitoramento de desembarque de tucunarés 2018 e avaliada a temporada de pesca 2018 no lago de Balbina. O momento também marcou a reabertura do lago para a temporada de pesca 2019. Em 2018, os monitores registraram a pesca de 13126 unidades do peixe. (7835,5 quilos). Os dados passarão por análises comparativas aos anos anteriores e as informações servirão para futuros planejamentos para a pesca sustentável na região.
Durante os encontros, os monitores puderam falar não só dos resultados, como também sobre a sua atividade. “Não é uma fiscalização, é um monitoramento e nós não temos poder nem mesmo para abrir a caixa de um pescador se ele não quiser, mas para que a gente possa contribuir para melhorar, isso não depende só do governo, não depende só dos monitores, depende de todos, depende não somente da compreensão, mas da colaboração dos pescadores”, comentou Josimar Nogueira/Monitor IPÊ-Boa União do Rumo Certo (foto). Ele afirma que existe uma troca entre os monitores e os pescadores para a execução desse trabalho. “A gente também tem uma função de esclarecimento a pessoa tem uma dúvida, inclusive nas leis, nas regras do monitoramento e a gente tá disponível não só para informar, mas também passar materiais que possam esclarecer”, diz.
De acordo com Jeanne Gomes, consultora do IPÊ, os diálogos são importantes para a transparência do processo de monitoramento e fortalecer a atividade. “Ali, é possível esclarecer as dúvidas e fazer com que a população se sinta parte do que está sendo construído, que é uma pesca com vistas a beneficiar a todos, de maneira contínua, sustentável para esta e as futuras gerações. Isso só é possível com a comunidade engajada, participando dos processos”, afirma.
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