Fabiana Prado e Neluce Soares, coordenadoras do LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica, realizaram visita técnica ao projeto Gestão Sustentável dos Territórios Kayapó-Panará, coordenado pelo Instituto Kabu, nos estados do Pará e Mato Grosso. A visita ocorreu entre os dias 14 e 21 de julho e resultou na reunião com a coordenação executiva, equipe técnica e financeira do Instituto Raoni, aglutinada do projeto, e reunião com a equipe técnica e financeira do Instituto Kabu.
“Na sede, em Novo Progresso/PA, visitamos a exposição permanente e a loja do Kabu. Trata-se de um centro de documentação Kayapó que foi apoiado pelo LIRA”, conta Fabiana Prado. “O objetivo da exposição, que agora é permanente, é mostrar a cultura e os trabalhos dos indígenas para que se tornem mais conhecidos na cidade. “No primeiro dia de exposição a visita das escolas somou mais de 1.000 alunos. E esses alunos levam a família, o que aumenta ainda mais o público”, diz Fabiana.
Vigilância e oficina
Além disso, as coordenadoras visitaram a aldeia Baá, na Terra Indígena Baú, também no Pará, onde conheceram a base de vigilância. “A vigilância é muito importante. Quando percebem que há risco de invasão, os indígenas pressionam, circulam, não deixam entrar ou retiram invasores. Já expulsaram três garimpos – sem disparar nenhum tiro – e o rio está ficando limpo novamente”, conta Neluce Soares. A vigilância tem uma base e uma estrutura, apoiadas pelo LIRA. Eles têm uma rotina em que se revezam a cada seis dias na base.
Na aldeia Mopkrore, na Terra Indígena Mekgronoti, localizada no Pará e no Mato Grosso, estava acontecendo a “Oficina de Boas Práticas de Produção de Farinha de Mandioca”. Nessas oficinas, a ideia é aprimorar o uso da farinha, uma vez que os indígenas não costumam fazer subprodutos com ela, tais como tucupi ou tapioca. “A oficina é feita por uma consultora que mostra como melhorar a casa de farinha e dar melhores condições de trabalho. A maioria dos interessados é mulher e elas aprendem a fazer inclusive biscoitos”, conta Fabiana. “Inicialmente esse trabalho é feito para a melhoria da segurança alimentar, mas com o tempo elas podem até comercializar os produtos, o que vai melhorar a economia local”, conclui ela.