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Mais de 400 alunos, de cinco escolas públicas de Nazaré Paulista, participam do projeto Ciência Cidadã, do IPÊ, que busca identificar os pernilongos mais presentes na região para propor soluções práticas com potencial de reduzir esse número.
A pesquisa é realizada em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, e conta com o apoio do Laboratório de Saúde Ambiental, da Faculdade de Saúde Pública da USP. O projeto é patrocinado pela Conservation, Food and Health Foundation.
Em novembro, alunos, educadores e familiares iniciaram a coleta e o armazenamento dos pernilongos em tubos no freezer (abaixo de 0ºC, para preservação do DNA). Até o fim do ano, o material será entregue ao pesquisador Pedro M. Pedro, do IPÊ, que lidera a pesquisa. A iniciativa é uma integração do projeto Ciência Cidadã com as Escolas Climáticas, do Projeto Semeando Água, também uma realização do IPÊ, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, com apoio do IAMAR – Instituto Alair Martins, braço social do Grupo Martins.
O pesquisador Pedro M. Pedro comemora a mobilização de alunos, educadores e familiares. “Essa pesquisa tem um significado muito especial, porque tem a ver com a Ciência Aberta, que tem como objetivo tornar as pesquisas mais acessíveis em todos os sentidos, tanto no acesso aos dados para a sociedade, quanto na questão econômica com forma de torná-la viável em escala, já que buscamos a redução do custo. Atualmente, o trabalho de campo (a coleta dos dados crus) representa muitas vezes o valor mais elevado em iniciativas de biologia e ecologia. Com o envolvimento dos cidadãos conseguimos superar esse obstáculo e avançar com estudos que vão trazer resultados práticos com aplicabilidade para o próprio território. O protocolo que está sendo avaliado pode ser mais uma ferramenta prática com potencial de ser utilizada por agências de monitoramento epidemiológico por conta da redução dos custos”.
No laboratório
Com os tubos repletos de pernilongos, Pedro iniciará a análise das amostras no Laboratório de Saúde Ambiental da USP, da Faculdade de Saúde Pública. O processo desenvolvido pelo pesquisador conta com inovação também nessa fase, com direito ao uso de equipamento feito em impressora 3D e ainda com ferramentas simples, como uma serra tico-tico.
Durante a fase piloto, Pedro em parceria com o desenvolvedor Sérgio Augusto Góes de Almeida reduziu os custos da pesquisa de maneira expressiva. “Como para essa pesquisa precisamos de uma análise relativamente simples, conseguimos avançar nessa direção com o uso da impressora 3D. Já que não precisamos de todas as funcionalidades das máquinas dos laboratórios mais especializados. Estamos vivendo um período na ciência em que avanços tecnológicos possibilitam reduzir custos mantendo a qualidade dos estudos”.
Pedro explica que o equipamento impresso será utilizado em uma parte importante da extração do DNA de pernilongos. “A extração do DNA começa quando coloco bolinhas de aço inox dentro de cada tubo, que uma vez agitados por uma serra tico-tico vão transformar as amostras em ´pó de pernilongo´. Em seguida, adiciono reagentes magnéticos que grudam exclusivamente no DNA e são atraídos pelo ímã da plataforma, assim separando o DNA dos demais materiais. A plataforma desses ímãs (impressa em 3D) melhora o custo X benefício, tornando a pesquisa mais acessível. O custo dessa estrutura no mercado é superior a R$ 10 mil, mas com a tecnologia de impressão conseguimos por cerca de R$ 5 reais. Com o DNA extraído dessa fase seguiremos para a etapa de reações de PCR, o sequenciamento de DNA e a identificação das espécies presentes nos tubos de cada participante (por meio da amplificação de marcadores moleculares)”.
A expectativa do pesquisador é compartilhar os dados com educadores e alunos no início de 2022. Até lá, Pedro Pedro e Andrea Pupo têm encontros semanais com alunos e educadores nas escolas para esclarecer dúvidas e compartilhar o andamento da pesquisa.
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