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Cerca de 30 comunidades na Amazônia estão em intensa atividade com o monitoramento de biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia. Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari (AM), o destaque está no automonitoramento de pesca. Segundo Fernanda Freda, pesquisadora local do IPÊ, entre os principais ganhos que a atividade traz para as comunidades está o entendimento sobre a importância do controle desse recurso, que além de alimento, também faz parte da economia e geração de renda dessa região. “Apenas em 2020, no automonitoramento da pesca registramos 5.382 peixes pescados e 43.740 kg de peixe consumido localmente na Resex Médio Juruá”, comenta.
O IPÊ acompanha o automonitoramento da pesca desde 2017, pelo projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade (MPB) que apoia a implementação do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora), do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A atividade integra o Subprograma Aquático Continental, do ICMBio, sob a coordenação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam).
Crédito da foto: Adão Ferreira da Silva
Monitoramento do pirarucu
Em recente visita à comunidade Morada Nova, localizada na Resex Médio Juruá, Fernanda participou de reunião com os manejadores de pirarucu sobre custos do manejo da espécie, lucros com a venda, bem como a repartição do efetivo para todos os envolvidos. Segundo o gestor da RESEX, Manoel Cunha, “desde o início do manejo em 2013, a quantidade de pirarucu vem aumentando significativamente todos os anos, permitindo que a população possa consumir esse peixe e vendê-lo em larga escala. Apenas em 2020, tivemos 28.933 indivíduos contados (15.145 jovens e 13.788 adultos), sendo 1.356 pirarucus pescados, totalizando 85.156 kg de peixe”, afirma.
Na comunidade Toari, localizada na RDS Uacari, durante a atividade de despesca, Fernanda encontrou monitores que participaram das capacitações do MPB/ IPÊ e do Programa Monitora/ICMBio. “Foi admirável ver o nível de organização, experiência e animação do grupo de manejadores durante a atividade, além de observar a significativa contribuição dos nossos monitores para o manejo”.
O monitoramento do pirarucu também está entre os protocolos que compõem o Subprograma Aquático Continental, que consiste em realizar a coleta de informações de forma participativa. Para executar essa atividade, os voluntários das comunidades recebem capacitações para: preenchimento dos dados, durante o período de contagem e pesca do manejo do pirarucu, anotando as características dos ambientes, número de peixes existentes, número de peixes pescados, bem como a biometria dos animais, os custos e lucros da produção, comercialização e organização social.
A metodologia desenvolvida a partir de reuniões com especialistas das áreas de ictiologia, gestão e manejo foi testada e adaptada, a partir das demandas das comunidades, contribuindo para o ordenamento da cadeia sustentável de manejo e conservação da espécie.
Sobre o MPB
O Projeto de Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia (MPB) apoia a implementação do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e conta com apoio da Fundação Gordon e Betty Moore, USAID, Programa ARPA e mais de 20 instituições locais.
Desde 2013, o projeto realiza o monitoramento participativo da biodiversidade e promove o envolvimento socioambiental para o fortalecimento da gestão e da conservação da biodiversidade em unidades de conservação da Amazônia. Esse processo é estratégico para entender e moderar a extensão de mudanças que possam levar à perda de biodiversidade local, subsidiar o manejo adequado dos recursos naturais e promover a manutenção do modo de vida das comunidades locais e a obtenção de renda de maneira sustentável. A principal motivação do MPB é fomentar a participação social como alicerce para compreensão e conservação da biodiversidade.
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