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Números apontam uma triste realidade quando colocam o Brasil entre os 10 países que mais emitem CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) na atmosfera. Tal dado não é por conta da indústria, mesmo que a atividade industrial seja forte no Brasil, mas do desmatamento. Já Estados Unidos e China são os que mais emitem CO2 por meio das indústrias.
O Brasil está na contramão da conservação ambiental. Segundo o pós-doutorando Ricardo Gomes César (foto), coordenador da frente de Carbono da pesquisa “Desenvolvimento de Procedimentos Simplificados para a Valoração Econômico-monetária de Serviços Ecossistêmicos e valoração não monetária de Serviços Ecossistêmicos Culturais Associados à Restauração Florestal”, uma parceria do IPÊ com a CTG Brasil, por meio de um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento – P&D da ANEEL, realizada no Pontal do Paranapanema, é preciso deixar claro a função que as florestas desempenham, pois são elas que absorvem o CO2, emitido na atmosfera, sendo que as árvores sequestram o CO2 do ar e o absorvem para seu desenvolvimento. Porém, quando uma árvore é cortada ou queimada ela libera o CO2 novamente para a atmosfera.
São parceiros do projeto a Fealq – Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, da Esalq/USP; o Lastrop – Laboratório de Silvicultura Tropical, da Esalq/USP; a Universidade de Lavras; GVCes, da Fundação Getúlio Vargas; Weforest e Rainforest Connection.
Restauração do Pontal
Na avaliação de César, a restauração e recuperação de florestas, trabalho que o IPÊ realiza em conjunto com produtores rurais, assentados e empresários no Pontal do Paranapanema restaurando o bioma Mata Atlântica, têm um potencial de reduzir as mudanças climáticas. “Claro que é importante reduzir a emissão de CO2 na atmosfera. Porém, enquanto pesquisas são desenvolvidas para alcançar esta meta, o ideal é apostar no alto potencial das florestas plantadas”.
Segundo informações de pesquisadores, são necessárias 7,14 árvores nativas da Mata Atlântica para neutralizar cada tonelada de CO2.
Para César, é totalmente possível e viável plantar florestas, pois temos o exemplo concreto com resultados positivos de restauração de florestas no Pontal. A iniciativa já foi veiculada no Jornal Nacional, no Globo Rural, TV Fronteira e demais veículos de comunicação. “Vejo o trabalho dos corredores ecológicos como um grande serviço para toda a região, plantar espécies arbóreas ameaçadas de extinção, como o cedro e o ipê felpudo. Além da conservação da biodiversidade com ampliação de habitat para animais como o tamanduá-bandeira, mico-leão-preto, onça-pintada, anta, entre outros. Então, para a conservação de espécies estão muito claros os benefícios”, frisou.
O plantio de mata ciliar é outro ponto positivo deste trabalho de recuperação que o IPÊ e parceiros desenvolvem. Em longo prazo, a proteção destes recursos hídricos trará benefícios. Há vários estudos que mostram que o plantio de 30 metros em volta da borda reduz o assoreamento do solo e o impacto de herbicidas nas águas. Quando a agricultura é bem-feita ela não traz danos ao meio ambiente.
“A combinação da floresta com agropecuária traz melhorias e pode gerar renda para as pessoas. Acredito que em uma escala de médio e longo prazo existe a possibilidade de melhorar o cenário atual de mudanças climáticas, e ter um clima mais ameno, com base em reflorestamento e agropecuária sustentável. Assim, em uma conversa rápida na fila da padaria ou do banco, não vamos ouvir a frase do momento: – Nossa, antigamente não havia este tempo louco, antigamente não era tão quente”, pontuou César.
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