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Na primeira semana de dezembro, o projeto “Educação, Paisagem e Comunidade”, realizado pelo IPÊ e ESCAS no Espírito Santo, deu mais um passo nas ações que buscam apoiar a regeneração do solo e conservação da água em áreas de influência da bacia do Rio Doce.
Em uma construção coletiva, técnicos do IPÊ e produtores dos assentamentos Boa Esperança e Beija-flor (em Alto Rio Novo) e Rosa de Saron (em Água Branca) definiram as próximas etapas do projeto, de acordo com as necessidades e sonhos dos agricultores para os assentamentos. Em fevereiro, será a vez do assentamento Laje participar e fechar o ciclo de planejamento.
Em três encontros, mediados por Leonardo Rodrigues, do IPÊ, os produtores foram convidados a olharem para seus territórios e apontarem o que de mais importante existem neles. Desenhando um mapa próprio, os participantes identificaram cursos d´água, cultivos (café, cacau, frutíferas), estradas, florestas, e demais elementos que compõem os seus lotes e são relevantes para o dia a dia dos moradores.
“A proposta aqui foi situar as pessoas no presente, para que elas trouxessem o que já existe de bom nos assentamentos e os desafios para melhorá-los, do ponto de vista socioambiental. Isso é a base que usamos para iniciarmos o segundo momento do processo, que é pensar o futuro dos lotes e dos assentamentos, com qualidade de vida para todos”, afirmou Leonardo (foto).
O processo de criação coletiva do projeto faz parte da metodologia do IPÊ, adotada em projetos em outros lugares do Brasil, como nos assentamentos do Pontal do Paranapanema (SP). A ideia é que as comunidades apontem as suas expectativas com relação ao trabalho que será executado em conjunto com o Instituto e que se sinta parte fundamental da ação, garantindo, assim maior envolvimento e aproveitamento das ações implementadas.
“Foi a primeira vez que participei de uma reunião assim. Eu achei muito interessante pensar esse mapa. A gente aprende fazendo junto”, comenta Elcio da Silva Pontes, do assentamento Boa Esperança.
Olhar para o futuro
Elcio, assim como a maioria dos assentados que participaram dos encontros, apontou as nascentes de rios como elemento de atenção para a saúde do território. A preservação de áreas verdes, a conservação de nascentes e cursos d´água, além da disponibilidade de recursos hídricos em quantidade e qualidade na região são pontos preocupantes para o futuro.
A questão sobre qualidade do solo e como aproveitar água de chuva, além de melhorar a drenagem das estradas também fez parte da conversa. A proposta dos assentados para uma solução ao problema é utilizar árvores para “plantar água”, garantindo a vida de nascentes, e também fazer caixas-secas, especialmente em beira de estradas, para conter a água da chuva.
Outro ponto bastante comentado entre os assentados é a necessidade de envolver ainda mais os jovens no campo e na produção em seus lotes. “A gente tem que pensar em quem vai dar continuidade nesse trabalho que a gente está fazendo. Muitos jovens não querem ficar no campo porque não vêm oportunidade aqui. Precisamos da escola como apoio para isso e pensar oportunidades que envolvam os mais novos”, afirma Claudeni Pereira de Souza, do assentamento Rosa de Saron (na foto, de camisa amarela).
Aumentar a produção, melhorar a infraestrutura, ter um olhar para a gestão e escoamento do que é produzido, e pensar em novos negócios também foram assuntos das conversas como propostas de melhorias para os assentamentos. “A gente precisa de apoio para colocar as coisas pra frente. Nossa produção é boa, mas pode melhorar com mais adubo, mais recursos pra ajudar na produção. É importante a gente pensar nisso”, afirma Ilza Assis, do assentamento Beija-Flor.
Diante dos desafios apontados e dos desejos futuros, cada assentamento estipulou prioridades a serem trabalhadas pelo projeto ao longo dos próximos meses, de acordo com suas necessidades e oportunidades. As ações seguem então com um objetivo ainda mais focado e sempre destacando a participação social como elemento propulsor.
“Para que o projeto possa acontecer de forma positiva, a organização social é fundamental, não só na forma de cooperativas para escoar produção, por exemplo, mas para fortalecer e valorizar o produtor rural em sua busca por melhores condições de educação e infraestrutura, entre outras necessidades”, complementa Leonardo.
Os encontros também contaram com representantes das prefeituras locais, secretarias de meio ambiente e cultura, sindicatos rurais e associações que acompanharam de perto a ação.
São eles:
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Alto Rio Novo ES
Sindicato Dos Trabalhadores Rurais De Águia Branca ES
Incaper – Instituto Capixaba De Pesquisa, Assistência Técnica E Extensão Rural de Alto Rio Novo
Incaper – Instituto Capixaba De Pesquisa, Assistência Técnica E Extensão Rural de Águia Branca
Prefeitura Municipal de Alto Rio Novo
Prefeitura Municipal de Águia Branca
Secretarias de Meio Ambiente, de Agricultura e de Educação
Fundação Renova
Associação De Mulheres Rota Das Paineiras – Assentamento Rosa de Saron, Águia Branca
Associação de Moradores do Assentamento Rosa de Saron, Águia Branca
O projeto “Educação, Paisagem e Comunidade” tem apoio financeiro da Fundação Renova.
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