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Por Rafael Morais Chiaravalloti
Publicado em O Eco
A pandemia de coronavírus nos faz deparar com a seguinte questão: ‘Como restringir o benefício individual do trabalho para preservar o bem comum do sistema de saúde? Claro, não existe solução simples, mas em 2009, Elinor Ostrom ganhou o prêmio Nobel de economia por, exatamente, conseguir trazer uma solução para o dilema. Olhar as respostas que ela trouxe e adaptá-las à nossa realidade é fundamental para chegarmos a uma solução.
A primeira vez que alguém refletiu cientificamente sobre o assunto foi ainda na década de 1930. Com o fim da primeira Guerra Mundial, o mundo viu um grande aumento no consumo de pescado, e alguns cientistas começaram a pensar sobre o que iria acontecer no futuro. A questão era simples, os peixes vivem no mar, onde não existia regulação. Se cada pescador retirasse do mar o máximo que conseguisse, uma hora os peixes acabariam. Essas questões foram o gatilho para as regulações sobre uso da costa marítima dos países e para os primeiros trabalhos de ecologia. No entanto, assim como os peixes em locais onde não havia regulação clara, centenas de outros recursos sofriam do mesmo mal, como pastagens, florestas, etc., os quais foram chamados de recursos de bem comum.
Os recursos de bem comum podem ser definidos como qualquer recurso que, após ser utilizado, diminui. Quando alguém pesca um peixe, automaticamente existe um peixe a menos no sistema. Quando alguém come uma fruta na floresta, ela passa a não existir. O mesmo acontece com o sistema de saúde dos países. Quando alguém utiliza um leito, é uma cama a menos nos hospitais. Embora, com o tempo, os recursos de bem comum se renovem (peixes nascem, frutas frutificam e pessoas saram ou morrem), por um determinado tempo, há uma menor quantidade de recurso no sistema.
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