A primeira mesa do encontro Legado Amazônico contou com a presença de parceiros, financiadores e autoridades que destacaram o protagonismo do LIRA no fortalecimento dos povos indígenas e das comunidades locais da Amazônia
Por Carla Gullo
O encontro Legado Amazônico – Tecendo Redes na Gestão de Áreas Protegidas, organizado LIRA/IPÊ, iniciou na tarde do dia 22 de novembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) em Brasília. O evento marca os cinco anos do projeto LIRA e a mesa de abertura contou com a presença autoridades, parceiros e financiadores que refletiram sobre a importância do projeto.
Suzana Pádua, diretora do IPÊ, abriu a conversa dizendo disse que o instituto completou 31 e o LIRA, que está celebrando cinco anos, se diferencia por chegar na ponta. “O LIRA trabalha em eixos: efetividade na gestão territorial, bioeconomia, governança”, afirmou.
O segundo a falar foi André Ferro dos Santos, gerente Fundo Amazônia/BNDES. Ele afirmou ter orgulho de fazer parte desse movimento. “Estamos com perspectivas de doações de outros países para o Fundo Amazônia e vamos desenhar diversas ações em novos segmentos”, contou ele.
Foto – Divulgação LIRA-IPÊ/ Adriano Brito/Trilux
Dione Torquato, do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) ressaltou que as parcerias em rede desempenham um papel fundamental nas áreas protegidas. “Na Amazônia, com sua vastidão, isso é ainda mais importante. Precisamos promover a educação ambiental na Amazônia e nas áreas protegidas”, disse ele.
Em seguida Clésio Santana, do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR), contou que o Pará conta com 28 unidades de conservação e o desafio para 2023 é ter mais cinco planos de manejo. “Devolvemos para a natureza 50 ararajubas e até 2025, queremos chegar a 100. Precisamos de parcerias para realizar ações como essa”, afirmou.
Fortalecimento
Ádila Mattos, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado do Amazonas (SEMA/AM) agradeceu o convite para o evento em nome do governador da Amazônia, Wilson Lima e disse que era gerente de unidade de conservação, em Manaus, quando o LIRA começou. “É muito bom acompanhar um projeto desde o início e ver o resultado do que foi implantado. Na Amazônia, os gargalhos são imensos, a região é difícil acesso e é difícil levar políticas públicas. O LIRA veio fortalecer o que fazemos”, disse Ádila.
Francisco Itamar Gonçalves Melgueiro, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) lembrou que as mudanças climáticas estão impactando os povos indígenas. “São 448 terras indígenas regulamentadas, com 105 milhões de hectares. Mas ainda existem territórios que precisam ser regularizados. E estudos apontam que os territórios que têm uma gestão integrada, são os mais resilientes”, ressaltou ele.
Mauro Oliveira Pires, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) disse estar feliz em ver o plenário cheio. “Precisamos tecer redes, de projetos que atuem na gestão do território. E o LIRA é um bom exemplo”, afirmou.
Bruno Potiguara, do Ministério dos Povos Indígenas e Pedro Menezes, do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, foram os últimos a falar. Bruno afirmou que neste momento de reconstrução do país, é preciso ter projetos que são estruturantes, como o LIRA. Pedro Menezes, por sua vez, disse que é governo, mas também sociedade civil. “Para mim é fundamental ver resultados e testemunhar a importância de tecer redes. As organizações civis e o ministério devem trabalhar juntos, fazer o dinheiro chegar na ponta”, finalizou.