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“Olha que maravilha de ipê! Isso deve ser por causa do adubo, mas também porque aqui a gente planta tudo junto e a coisa vai, né?”. No sítio de Rita Rosa Bernadino, abacaxi, lichia, melancia e laranja dividem espaço pacificamente com abobrinha, quiabo, café, mandioca e árvores nativas da Mata Atlântica. Ela é uma das assentadas rurais que participou em 2015 dos dois cursos do IPÊ sobre como manejar o SAF na propriedade e como fazer a gestão da produção. De maneira simples, ela explica o que aprendeu. E olha encantada como em pouco tempo os pés de ipê, canafístula e embaúba que plantou há sete meses já cresceram.
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“Os meninos falaram da reunião e a gente foi. E acreditamos na proposta deles. Vimos que eram competentes pra ajudar a gente. Eu fui em frente porque sempre tive vontade de plantar o café, mas nunca tive condições financeiras. Eu não tinha ainda plantado café, mas pelo o que eu vejo por aí, desse jeito deu bem mais resultado. O vizinho aqui fica admirado quando vê”, comenta ela.
Há 13 anos, ela mora no assentamento Margarida Alves, em Mirante do Paranapanema (SP). Até o ano passado, vivia da produção de leite, de plantar mandioca e quiabo. Hoje, já sente que os plantios nos SAFs estão crescendo mais rapidamente do que no método convencional, o que já contribui para a renda da família, vendendo para iniciativas governamentais, por exemplo.
“Já tiramos abóbora e abobrinha, que já vai ajudando a ganhar alguma coisa. E vamos começar a entregar a mandioca. E quando o café tiver grande, vai ser muito bom, porque vai dar pra tirar uma renda boa. É uma coisa que dá trabalho. A gente tem que batalhar muito pra deixar o terreno controladinho. Porque não adianta a gente plantar e ir uma vez no mês para limpar. Tem que cuidar. A gente tem que ralar mesmo até que as árvores vão ajudar (quando crescerem mais, darão sombra e facilitarão o trabalho no campo)”, afirma.
Os ganhos financeiros dos agricultores envolvidos no projeto serão levantados a partir de 2016. Enquanto isso, Rita já pode ver claramente os ganhos ambientais do sistema que, para ela, andam lado a lado com o econômico. “O número de bicho aumentou aqui no lote. Até arara vem aqui. Antes não existia nada, agora tem sombra pra eles, né? Se eu puder entrar de novo no projeto pra aumentar minha plantação eu quero. Mas tem que deixar pros outros também, porque eu acho que eles vão ver o nosso resultado e vão acreditar que dá pra fazer”, diz Rita.
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