Apesar dos inúmeros desafios, celebrar neste mês os 25 anos do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9.985) é sinônimo de avanço significativo para o país com a maior biodiversidade do mundo. O Sistema que estabelece as diretrizes para a gestão, implantação e criação de novas áreas reforça a cada dia que as Unidades de Conservação são estratégicas para as principais ameaças a nossa biodiversidade, como o desmatamento.
O Relatório do Desmatamento do Mapbiomas de 2025, com dados de 2024, mostra que no total, cerca de 4,7% da área desmatada aconteceu dentro de alguma Unidade de Conservação no Brasil. Quando se exclui a categoria Área de Proteção Ambiental (APA), que permite atividades de produção rural em propriedades privadas, a área desmatada em 2023 em UCs cai para 1,7% do total do desmatamento no Brasil.
Unidades de Conservação desempenham múltiplos papeis a partir da conservação da biodiversidade. A oferta de água em quantidade e qualidade, qualidade do ar, regulação do clima e polinização estão entre os serviços da natureza oferecidos por elas. Diante do contexto das mudanças climáticas, essas áreas são essenciais, elas contribuem ainda com o armazenamento de carbono realizado pelas árvores, com a redução das temperaturas extremas e das chances de episódios de desastres, como inundações e deslizamentos de terra, por exemplo.
Para os povos da floresta, Unidades de Conservação, assim como as Terras Indígenas, representam segurança para que eles tenham condição de preservar o modo de vida tradicional alinhando desenvolvimento sustentável com a conservação da floresta em pé, o que traz benefícios compartilhados com toda a sociedade.
Participação Social
A sociedade tem papel fundamental no estabelecimento e na manutenção das Unidades de Conservação. Comunidades que vivem próximas a essas áreas, turistas, voluntários, gestores, empresas, universidades e organizações da sociedade civil, quando engajadas, têm o poder de ajudar no desenvolvimento dessas áreas que são nosso bem comum, nosso maior patrimônio. Afinal essas áreas pertencem a todos nós!