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Um dos grandes gargalos na proteção ambiental no Oeste do estado de São Paulo é a falta de conexão entre as manchas de floresta que restaram após as grandes perdas sofridas nesta região de Mata Atlântica, especialmente após a década de 50. A distância entre os fragmentos impede a circulação da fauna e reprodução de espécies (animais e flora) e aumentam a vulnerabilidade dessas manchas florestais ao fogo e a outros efeitos, elevando os riscos de degradação do bioma. O avanço de diversas atividades (agricultura, pecuária, indústria e urbanização) sobre as áreas florestais remanescentes, tem mostrado a urgência da tomada de medidas que restabeleçam a paisagem local e contribuam para a proteção da biodiversidade, dos recursos hídricos e da mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Pesquisadores do IPÊ, Fundação Florestal, e SIMA (Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do estado de SP), junto com organizações da sociedade civil, reuniram-se no último dia 29 para discutir o Plano Operacional para Conectividade entre Unidades de Conservação e Áreas Protegidas no Oeste Paulista. O plano faz parte de um projeto que tem por objetivo definir estudos que possam fundamentar ações para a ampliação e a criação de outras áreas especialmente protegidas, em uma região prioritária para a conexão das atuais UCs (estaduais e federais) em longo prazo.
Atuantes na região, Apoena e Reserva da Biosfera (MAB/Unesco) também participaram do encontro, levando a público os seus trabalhos locais. As organizações estarão presentes com o IPÊ no desenvolvimento das próximas quatro oficinas planejadas até o final de maio.
“Nossa ideia é reunir o conhecimento sobre conexão florestal entre esses participantes. O plano vai gerar informações técnicas extremamente atualizadas que funcionarão como subsídios para que governo, sociedade civil e academia possam promover ações para reconectar Unidades de Conservação e áreas protegidas da porção paulista do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, seja por meio de políticas públicas, projetos de restauração, entre outras medidas”, afirma Simone Tenório, coordenadora da iniciativa do IPÊ.
Embora a região seja de extrema importância, sua cobertura vegetal ainda é baixa, mesmo sendo com a presença de três Unidades de Conservação: os parques estaduais Morro do Diabo, Rio do Peixe e Rio Aguapeí e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (ICMBio).
“Esse plano consolidará os estudos sobre meios físico, biótico, social e fundiário, e definirá propostas para ampliação e criação de novas áreas protegidas. Para promover a conectividade entre essas áreas estamos elaborando propostas de restauração utilizando modelos e metodologias de restauração florestal, levando em consideração a necessidade de sustentabilidade econômica dos proprietários rurais”, finaliza Simone.
Mapa para conexão
Um dos estudos pioneiros sobre a conectividade florestal no Oeste Paulista é o chamado Mapa dos Sonhos para reconexão da paisagem no Pontal do Paranapanema. A iniciativa do IPÊ aponta quais as principais áreas para se estabelecer ações de restauração florestal que sejam benéficas para a biodiversidade. O mapa parte do princípio que de nada adianta realizar restauração por meio de Reservas Legais, se estas não contribuem para a conexão da floresta e manutenção da vida da fauna de dela depende.
O estudo do mapa também ajudou a orientar o desenho do Corredor de Mata Atlântica plantado pelo instituto e que conecta as unidades de conservação Parque Estadual Morro do Diabo e Estação Ecológica Mico-Leão-Preto, com o objetivo de ampliar a área de uso e aumentar as chances de sobrevivência de espécies ameaçadas como o mico-leão-preto (símbolo do Estado de São Paulo).
O mapa será um dos mecanismos utilizados na criação deste plano conjunto.
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