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O mais antigo projeto do IPÊ, o Programa de Conservação do Mico Leão-Preto, tem como objetivo de longo prazo garantir ao menos duas populações viáveis e autossustentáveis da espécie em toda a sua área de ocorrência, vivendo em um habitat mais amplo, protegido e conectado. Para isso, desenvolve pesquisas científicas e ações que envolvem as comunidades locais e diversos parceiros, além de diversas metodologias e tecnologias. Uma das mais inovadoras foi a utilização do radio-colar com GPS para a espécie, usado pela primeira vez no Brasil em animais desse porte.
Já em 2017, a equipe passou a testar os ocos artificiais (nest boxes) para serem implantados futuramente na área do corredor florestal restaurado na Mata Atlântica pelo IPÊ (que une o Parque Estadual Morro do Diabo à Estação Ecológica Mico-Leão-Preto). Apesar de pesquisas na área do corredor já indicarem que existe alimentação disponível para os micos, como frutas e insetos, a mata ainda não tem um componente essencial para a sobrevivência da espécie, que são os ocos das árvores, usados por eles como abrigo e dormitório. Com árvores sem os ocos disponíveis por serem ainda recém-plantadas, caixas de madeira fazem essa função e ajudam a monitorar o comportamento da espécie.
Os primeiros resultados de uso dos ocos artificiais serão apresentados pelo pesquisador Leonardo Silva, no 27th International Primatological Society Congress, que acontece em Nairóbi, Quênia, entre 18 e 25 de agosto.
O trabalho com ocos artificiais é feito em parceria com o Durrell Wildlife Conservation Trust e o Laboratório de Primatologia (LaP) da UNESP Rio Claro (SP). Foram desenvolvidos testes de diferentes designs de caixas com animais em cativeiro e, na natureza, um estudo para caracterizar os ocos escolhidos como dormitórios pelos micos, considerando os efeitos da predação, termorregulação, distribuição de recursos e a necessidade da espécie em defender seu território. Com os dados, foram definidos o melhor formato das caixas e os locais para instalação, que são frequentemente adaptados conforme dados coletados a partir de armadilhas fotográficas e pesquisas de campo.
Em 2018, com o apoio do Disney Conservation Fund e The Sustainable Lush Fund, o teste dos ocos artificiais ganhará mais escala: 12 novas caixas serão instaladas nos fragmentos florestais e no corredor restaurado do Pontal do Paranapanema, juntamente com armadilhas fotográficas para monitoramento do uso pelos micos e do seu comportamento.
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