Entre os dias 25 de novembro e 01 de dezembro de 2023, o LIRA/IPÊ – Legado Integrado da Região Amazônica realizou três apresentações entre o XI SAPIS – Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social e o VI ELAPIS – Encontro Latinoamericano sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social, realizados na Universidade de São Paulo (USP). O LIRA é um projeto idealizado pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia/BNDES e Fundação Gordon and Betty Moore e parceiros financiadores, que recentemente completou cinco anos.
Com o tema “Conexões territoriais e governança democrática de áreas protegidas: cenários de reconstrução”, o evento reuniu pesquisadores, gestores, especialistas e membros de povos e comunidades tradicionais para discutir a conservação da natureza e os benefícios socioambientais em diversas áreas, desde unidades de conservação até espaços urbanos com relevância para o enfrentamento das mudanças climáticas.
O LIRA/IPÊ marcou presença com apresentações sobre seu papel crucial na parceria entre sociedade civil e comunidades locais na Amazônia. Uma das análises, feita por Letícia Umbelina, que atua como estagiária no projeto, abordou o LIRA como modelo de territorialização da meta 13.b dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Enfatizando assim a importância da capacitação para o planejamento relacionado às mudanças climáticas em países menos desenvolvidos, com atenção a mulheres, jovens, e comunidades marginalizadas. “Essa abordagem integrada reforça a importância do LIRA como uma iniciativa estratégica que abrange ações como o uso sustentável de recursos, gestão administrativa-financeira, governança territorial, proteção, monitoramento e integração regional no território Amazônico”, diz Letícia.
Em outro trabalho, Beatriz Cardoso, analista de projetos do LIRA, apresentou a inovação do projeto ao promover um curso virtual para formação política de jovens lideranças amazônidas. Apesar dos desafios enfrentados com a conectividade na região, o curso foi transformador e recebeu avaliações positivas, gerando planos de ação promissores para serem implementados nas comunidades. “Foi um momento muito importante discutir isso no SAPIS/ELAPIS com colegas que estavam realizando atividades parecidas em órgãos públicos ou no ensino superior. Trouxe ideias novas de como podemos aprimorar e expandir uma segunda oferta do curso”, conta Beatriz.
A gestão e conservação das unidades de conservação na Amazônia, alinhado à Meta 3 do Marco Global para a Biodiversidade, foi o tema abordado em outra apresentação feita por Letícia Lopes, assistente técnica do LIRA/IPÊ. O trabalho destacou que embora as unidades sejam áreas bem conservadas, a gestão dessas áreas precisa avançar, ressaltando a importância da inclusão ativa das comunidades locais para garantir efetividade na gestão, governança equitativa e progresso rumo às metas globais de conservação da biodiversidade. “Algo relevante foi a presença de representantes do poder público no grupo de trabalho, ressaltando a estagnação na gestão das unidades de conservação na Amazônia. Embora muitas tenham superado carências iniciais de infraestrutura e recursos, parece que alcançar uma gestão efetiva demanda avanços significativos mesmo após ultrapassar essa fase inicial. Esses progressos parecem residir especialmente na inclusão social, essencial para obter o respaldo das comunidades locais e tornar verdadeiramente eficazes essas áreas”, conta Letícia.
A participação do LIRA nestes eventos proporcionou uma rica troca de experiências, permitindo o aprendizado sobre os desafios ambientais em diversas regiões do Brasil e o conhecimento de projetos inspiradores alinhados aos propósitos da iniciativa. “O SAPIS/ELAPIS oferece uma plataforma valiosa para compartilhar conhecimentos, estabelecer parcerias e ampliar nossa compreensão dos desafios e oportunidades para a conservação das áreas protegidas no país e, em especial, na Amazônia”, afirma Fabiana Prado, gerente do LIRA.