Estudo de mestre da ESCAS comprova benefício de sistema silvipastoril para sequestro de carbono
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A produção de gado de corte traz impactos consideráveis com relação às mudanças climáticas por conta das emissões de metano entérico (CH4), mas os sistemas silvipastoris, que integram animais, pastagens e produção, podem colaborar significativamente com a redução desse impacto.
Na Fazenda Triqueda, em Minas Gerais, pesquisadores, incluindo Leonardo Resende (do Departamento de Geografia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Mestre pela ESCAS/IPÊ) e Laury Cullen Jr. (coordenador de projetos do IPÊ), avaliaram durante oito anos a presença dos sistemas silvipastoris na área de produção de gado e constataram que eles neutralizam o impacto da emissão entérica de CH4, facilitando o armazenamento de carbono como carbono orgânico do solo (SOC).
Na propriedade, localizada na Bacia do Rio Paraibuna, na cidade de Coronel Pacheco, os pesquisadores realizaram seus estudos com um rebanho de 150 vacas em 100 hectares. Como resultado, detectaram que, para todos os tratamentos SPS médios, o equivalente de dióxido de carbono (CO2e) de estoque adicional de C excedeu as emissões. Considerando apenas o sequestro de C das árvores, o sequestro médio de CO2e foi de – 26,27 MgCO2e ha-1, enquanto as emissões médias de CO2e foram de 23,54 MgCO2e ha-1 para CH4 entérico mais pastagem mais árvores, dando um saldo líquido negativo de – 2,73 MgCO2e ha-1.
Além de demonstrar a possibilidade de neutralização da emissão de CH4 entérico na produção de bovinos de corte com árvores no sistema silvipastoril, o trabalho também validou que o sistema, além de fornecer uma fonte de alimento para os animais (biomassa de pastagem), realiza sequestro de carbono, como SOC, em escala significativa.
A pesquisa é mais um passo que comprova que a adoção de sistemas silvipastoris na pecuária pode apoiar a transição do sistemas de monocultura para o sistema agroflorestal, capaz de desenvolver uma fonte segura de proteína animal (leite ou carne), aumentando a segurança alimentar e diminuindo o aquecimento global.
Além de Leonardo Resende, e Laury Cullen Jr., fizeram parte do esudo Marcelo Dias Müller (Embrapa), Marta Moura Kohmann (Range Cattle Research and Education Center, University of Florida), Luís Fernando Guedes Pinto (Imaflora, Piracicaba/SP), Sergio de Zen (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e Luiz Felipe Guanaes Rego (Departamento de Geografia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).
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