Programação: “Desafios e oportunidades para aumentar a segurança hídrica no Sistema Cantareira”
08:30 – 09:00 Recepção
09:10 Abertura
Eduardo Ditt, engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP, mestre em Ciência Ambiental pelo PROCAM/USP e doutor em Pesquisa Ambiental pelo Imperial College London. Faz parte da equipe do IPÊ desde 1992 e participa de diversas iniciativas relacionadas à pesquisa e conservação, com foco em serviços ecossistêmicos e projetos de carbono.
Painel I Desafios do Sistema Cantareira
09:10 – 09:25 Cenário atual do Sistema Cantareira
Em 2018, o nível do Sistema Cantareira já atingiu o nível mais baixo ao registrado no cenário que antecedeu a crise de abastecimento de 2013 e 2015. Ao contrário do cenário de pré escassez hídrica, as consequências até então estimadas pelos pesquisadores, passaram a fazer parte do dia a dia da população que teve o abastecimento em alguns casos criticamente comprometido. Pós esse período crítico, quais aprendizados já foram colocados em prática frente a esse contexto? Quais conhecimentos apesar de já identificados continuam ainda restritos à teoria?
Alexandre Uezu, biólogo formado pelo Instituto de Biociências/USP, mestre e doutor em Ecologia pela mesma universidade, professor permanente da ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade – e coordenador geral do projeto Semeando Água, uma realização do IPÊ com patrocínio da Petrobras, através do programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal.
09:25 – 09:40 A relação intrínseca entre floresta e água e as diferenças entre os investimentos para tratar a água em bacias degradadas e com significativa cobertura florestal
A água produzida na região de cada bacia hidrográfica possui extrema relação com a cobertura florestal ou a falta dela e o uso do solo. Tratar a água de bacias com matas ciliares preservadas e fazer o mesmo em bacias degradadas são medidas com características distintas nas mais diversas esferas, incluindo no custo. Conheça os investimentos envolvidos se mantidas as condições atuais para tratar a água do PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) X a prestação do serviço na mesma bacia com o aumento da área florestal. Confira as alternativas para reverter o processo de degradação das bacias hidrográficas. Diante desse conhecimento quais são os caminhos para ter a preservação dos recursos naturais como aliada da segurança hídrica?
Lucia Vidor de Sousa Reis, agente Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), atua como representante da companhia no Comitê de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, na Câmara de Saúde Ambiental.
09:40 – 09:55 Previsões para o Sistema Cantareira e os eventos extremos esperados
No mês de julho, a região Sudeste está quase na metade da estação seca, que vai até setembro. No final de janeiro deste ano, o Sistema Cantareira registrou 50% da capacidade, quando o ideal seria 60%, em 2013, o volume era de 52,3%. Em 10 de junho, o Sistema Cantareira contava com 45,6% da capacidade, estava mais baixo do que o período que antecedeu a maior crise hídrica do Estado de São Paulo, em 2013, com 58,3%. Por outro lado, quais são os prognósticos climáticos do Sistema Cantareira a curto e médio prazo? Atitudes articuladas e a efetiva participação dos diferentes atores sociais podem mudar o rumo da história. O que pode ser feito na escala regional para aumentar a resiliência do Sistema em relação às mudanças climáticas? Conheça o papel que a sua instituição ocupa e as responsabilidades frente a esse cenário.
Adriana Cuartas, chefe e pesquisadora da Divisão de Monitoramento e Alertas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
09:55 – 10:10 Demanda de água e adaptação às variações climáticas
Pós 2015 como a empresa vem mitigando e se adaptando aos efeitos das variações climáticas, especialmente quanto à quantidade e à distribuição das chuvas? Com o plantio de cerca mais de 300 mil mudas no Sistema Cantareira, a companhia chegará a 2 milhões de árvores plantadas no Cantareira desde 2007. Quais resultados são esperados com o plantio? Quais são as outras ações que a companhia articula nessa direção? Segundo estudos da Sabesp, qual será a demanda de água para os próximos anos? Como a empresa se prepara para prover o recurso?
Hélio Rubens Gonçalves Figueiredo, assessor da diretoria metropolitana da Sabesp e coordenador do Fórum de Responsabilidade Socioambiental da Diretoria.
10:10 – 10:40 Rodada de perguntas
10:40 –10:55 Intervalo
Painel II Medidas implementadas que já fazem diferença e as lacunas que devem ser respondidas
11:00 – 11:15 Resiliência das áreas de mananciais frente às mudanças climáticas: transformar paisagens e difundir resultados
A conservação da natureza, incluindo em propriedades privadas, traz uma série de benefícios – que vão além do local – são difusos e por conta dessa característica atingem também a população localizada a centenas de quilômetros de distância. Ações locais têm impacto na conservação dos recursos naturais nas esferas regional e nacional. Um dos melhores exemplos para compreender essa dinâmica é observar a dependência entre preservação de florestas, restauração de áreas degradadas com a qualidade e quantidade de água. Nesse contexto, instrumentos legais têm força para incentivar a promoção de paisagens mais sustentáveis. Quais são os principais que podem ser implementados no Sistema Cantareira? Descubra os aspectos que deveriam ser considerados na conservação das áreas de mananciais, mas que têm ficado de fora, dificultando assim a obtenção dos resultados inicialmente esperados.
Maria José Brito Zakia, engenheira florestal e consultora no Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF).
11:15 – 11:30 Índice de Risco de Escassez Hídrica: resultados e as alternativas de respostas
Como uma das maiores empresas do país respondeu às consequências da crise hídrica (2013-2015) com aprimoramento corporativo? A Petrobras desenvolveu em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro o Índice de Risco de Escassez Hídrica. O instrumento avalia o risco de escassez hídrica em cada uma das instalações da petroleira e permite assim antecipar ações capazes de garantir a continuidade do trabalho. Na prática, como esse índice funciona e com quais alternativas a empresa é capaz de responder aos diferentes cenários? Pós-crise, o que mudou na área de atuação da companhia?
André Bueno Portes, coordenador de Recursos Hídricos e Efluentes (SMS/MA/BRH/RHE) Gerência de Biodiversidade e Recursos Hídricos da Petrobras.
11:30 – 11:45 Consequências da crise para a Replan, medidas de prevenção e o fortalecimento de ações regionais
Os impactos da crise hídrica nas atividades da maior refinaria nacional em capacidade de processamento de petróleo, com 69 mil m³/dia, o equivalente a 434 mil barris. Quais resultados a aplicação do Índice de Risco de Escassez Hídrica na bacia do PCJ já trouxe para a Replan? A articulação entre os diferentes atores sociais na tentativa de somar esforços para evitar novas crises desponta como questão central quando o assunto envolve um recurso compartilhado. Quais atitudes sintetizam a participação da empresa no contexto regional?
Paulo Lovo Júnior, engenheiro químico especializado como engenheiro de processamento na Petrobras, conduziu os trabalhos da Replan durante a crise hídrica.
11:45 – 12:15 Rodada de perguntas
12:15 – 13:30 Almoço
Painel III Estratégias para a conservação dos recursos hídricos: resultados e o desafio de dar escala às iniciativas
13:30 – 13:45 Ações do Governo Estadual para conservação dos recursos hídricos com foco no Sistema Cantareira
O Programa Nascentes desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) tem na conservação do solo, por meio da restauração das matas ciliares, uma medida central. A iniciativa converte 90% do valor das multas em ações para a preservação ambiental via Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental. Estão em andamento projetos em 142 municípios que somam mais de 9.500 hectares em processo de restauração. Quais são os resultados já obtidos por meio do programa instituído em 2014 em continuidade ao Programa Mata Ciliar (PMC)? Como o órgão vem trabalhando a integração entre recursos hídricos e sistemas produtivos? No Sistema Cantareira e entorno especificamente quais ações são desenvolvidas?
Helena Carrascosa, engenheira agrônoma, coordenadora do Programa Nascentes na Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA).
13:45 – 14:00 Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)
Com mais de 10 anos de histórico, o PSA conta atualmente com mais de 2.000 produtores rurais que recebem pelos serviços ambientais prestados a partir da conservação dos recursos naturais na propriedade. 57 projetos estão em andamento e correspondem a 400 mil hectares de áreas protegidas. De que forma o projeto garante melhor qualidade e quantidade de água? Quais experiências são sinônimo de Boas Práticas? Quais são os desafios para ampliar a implementação do Programa?
Consuelo Franco Marra, geóloga, especialista em Recursos Hídricos na Coordenação de Implementação de Projetos Indutores da Agência Nacional de Águas (ANA).
14:00 – 14:15 Boas Práticas para o produtor rural
O produtor rural tem papel fundamental na conservação e recuperação de recursos hídricos, mas qual é o olhar desse ator social chave sobre o desafio da boa gestão da água? Mobilizar ainda mais produtores como parceiro na gestão da água é estratégico. Como dar escala a essa aliança? Para o produtor aliar produção com conservação em muitos casos é mais do que uma escolha, mas necessidade. Os benefícios difusos da conservação dos recursos naturais começam com o produtor rural, nas terras que pertencem a ele, mas com potencial de impactar a sociedade com benefícios ou dificuldades. Nesse contexto, quais trabalhos são considerados referências?
Wander Bastos, presidente da Associação dos Sindicatos Rurais do Vale do Paraíba (Assivarp).
14:15 – 14:30 A força das ações locais para o cenário regional e a articulação com os ODS das Agenda 2030
Entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, dois se referem diretamente à água, o ODS 6 Água Potável e Saneamento e o ODS 14 Vida na Água, o fato reforça a importância do recurso para a Agenda 2030 e ao mesmo tempo mostra as dimensões do desafio. Com a conservação e recuperação dos cursos d’água e nascentes do Sistema Cantareira, os diferentes atores sociais articulados têm potencial de contribuir em que medida com as metas dos ODS? Na prática, os resultados desse movimento estarão presentes de que forma nas esferas local, regional e nacional? De que forma essas ações podem promover uma nova realidade e atrair novos parceiros?
Carolina Ayres, consultora em Estratégia e Educação para a Sustentabilidade – Fundadora da Humana Sustentável.
14:30 – 14:45 Intervalo
14:45 Rodada de discussões e fechamento
Durante o evento, as perguntas serão organizadas por grupo e respondidas durante a Rodada de Discussões e fechamento. Com essa medida, os realizadores do Encontro buscam garantir que cada palestrante tenha condição de responder as dúvidas de maneira mais completa e já articuladas com todas as questões levantadas durante o evento.