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Há quatro anos, a equipe do Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto iniciou a instalação de ocos artificiais como estratégia para oferecer abrigo noturno e proteção à espécie, na região no Pontal do Paranapanema (SP).
Os ocos aparecem geralmente em árvores mais antigas e, por conta de restaurações florestais recentes proporcionadas por projetos do IPÊ, muitas dessas novas áreas não possuem ocos de maneira natural, o que representa um desafio e tanto para os micos-leões-pretos.
“Temos instalado os ocos artificiais nas áreas com baixa disponibilidade do recurso, como alguns trechos do corredor restaurado pelo IPÊ e também em fragmentos próximos ao corredor com alto grau de degradação que são estratégicos para a conectividade”, explica Gabriela Rezende, doutoranda em Ecologia, Evolução e Biodiversidade (UNESP – Rio Claro), Mestre pela ESCAS-IPÊ, ganhadora do Whitley Awards pelo Programa de Conservação do Mico-leão-preto (IPÊ).
“Os ocos são recursos básicos para a sobrevivência dos micos-leões-pretos (Lentopithecus chrysopygus) para protegê-los contra os predadores e promover termorregulação no período noturno”, completa.
De lá para cá, ao menos dois grupos de micos têm utilizado as estruturas. Uma série de registros revelam outros grupos de micos-leões-pretos nas proximidades dos ocos. A foto de um grupo de micos (à esquerda) é de novembro de 2020, no entorno de um oco recém-instalado.
Filhotes de gambás
Desde o início, os pesquisadores notaram – pelos registros das armadilhas fotográficas – que além dos micos-leões-pretos, outros animais que também vivem nas copas das árvores passaram a utilizar as estruturas.
O registro mais recente feito pelo biólogo Vinícius José Alves Pereira é da última semana de janeiro de 2021 e revela filhotes de gambás utilizando um dos ocos – o que reforça a funcionalidade dessa estrutura também para outros animais que dependem desse mesmo recurso para abrigo.
Dados do IPÊ evidenciam que ao menos 12 espécies também utilizam os ocos artificiais, como roedores, marsupiais, aves e gambás.
O projeto dos ocos artificiais é apoiado por Disney Conservation Fund, The Sustainable Lush Fund, e desenvolvido em parceria com o Laboratório de Primatologia (LaP) da UNESP Rio Claro (SP).
Outro grande apoiador do Programa de Conservação do Mico-leão-preto é Durrell Wildlife Conservation Trust.
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