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O Parque Nacional do Jaú (Parna Jaú) e a Reserva Extrativista do rio Unini (Resex Unini), no Amazonas, tiveram uma temporada recorde de soltura de filhotes de quelônios, no mês de fevereiro. Ao todo foram soltos na natureza 6.000 filhotes de quatro espécies típicas da Amazônia: tartaruga-da-amazônia, tracajá, irapuca e cabeçudo. Os eventos de soltura contaram com a participação do IPÊ e dos monitores formados pelo projeto Monitoramento Participativo de Biodiversidade, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Além disso, voluntários e colaboradores do Parna estiveram presentes, apoiando as solturas.
No Parna Jaú, de uma só vez, foram soltos filhotes de 42 ninhos de tartarugas-da-amazônia, eclodidos nas praias da foz do Rio Jaú. O evento de soltura contou com a participação de aproximadamente 70 pessoas, entre crianças e educadores da Fundação Almerinda Malaquias – FAM, de Novo Airão. Filhotes eclodidos no Rio Unini, também foram soltos em mais oito eventos, realizados com crianças das comunidades Terra Nova, Patauá, Tapiira, Manapana, Floresta II, Lago das Pombas, Vista Alegre e Vila Nunes, localizadas nas áreas do Parna Jaú, da Reserva Extrativista do Rio Unini e RDS Amanã.
“Esta foi a primeira vez que conseguimos proteger tantos ninhos. Sinal que as fêmeas de tartaruga-da-amazônia estão aumentando ou se sentindo à vontade para desovar nas nossas praias protegidas”, comentou o monitor base Carabinani Parna Jaú, Ademilson Cabral.
O papel dos monitores
O sucesso das solturas está ligado ao trabalho realizado durante mais de cinco meses por monitores voluntários, que protegeram as praias e ninhos desde a desova à eclosão dos filhotes de quelônios. Eles recebem o apoio do projeto Monitoramento Participativo de Biodiversidade em UC’s da Amazônia – parceria IPÊ/ICMBio com o programa MONITORA do ICMBio/COMOB e subprograma Aquático Continental realizado pelo ICMBio/CEPAM.
O monitoramento dos quelônios no Parna Jaú e Resex Unini segue o protocolo de coleta de dados do ICMBio. Embora tenha diretrizes básicas estabelecidas pelo Instituto, o protocolo é construído de forma participativa: comunitários, especialistas e gestores desenham a melhor forma de coletar informações sobre a biodiversidade local, buscando proteger os quelônios amazônicos mais comuns e que sofrem pressão para consumo na Amazônia.
“A participação da comunidade é de grande importância nesse processo. Além de apoiarem conservação e sensibilização ambiental, os monitores estão coletando informações populacionais importantes para um monitoramento a longo prazo dos quelônios da região”, afirma Virgínia Bernardes, pesquisadora do projeto do IPÊ.
Para Josângela da Silva Jesus, analista do Parna Jaú, o monitoramento de quelônios tem uma grande importância para a gestão da UC. “Vai além do fator ecológico, trabalha a sensibilização dos atores envolvidos. É muito gratificante ver a felicidade dos participantes desses eventos de soltura de quelônios e não há dúvida que muda a relação das pessoas, sejam moradores ou visitantes, com as Unidades de Conservação”, diz.
Suzane Cruz, voluntária do Parque Nacional, que participou da etapa de proteção de praias e ninhos de tartarugas-da-amazônia, concorda: “Além de ter sido uma experiência incrível, poder contribuir para o equilíbrio do meio ambiente e possibilitar que milhares de vidas estejam livres na natureza, me motiva a engajar mais pessoas para participarem do monitoramento”.
O Programa de Monitoramento Participativo da Biodiversidade do Parque Nacional do Jaú e da Reserva Extrativista do Rio Unini é realizado pelo ICMBio, com apoio do IPÊ projeto Monitoramento Participativo de Biodiversidade, com recursos do Programa ARPA, Fundação Gordon and Betty Moore e USAID. Outros parceiros também apoiam a iniciativa: WCS-Brasil, FVA, UFAM/Pé-de-Pincha, SEMA-AM e Prefeitura Municipal de Novo Airão pelo Programa de Conservação de Quelônios do Mosaico do Baixo Rio Negro – PCQMBRN.
(FOTOS: Virginia Bernardes)
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