A XII edição do SAPIS 2015 – Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social, aconteceu em Florianópolis, de 3 a 6 de novembro. Para falar sobre as atividades realizadas em parceria com comunidades de Unidades de Conservação (UCs), o IPÊ convidou uma das monitoras formadas pelo projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade.
Inacileia Rodrigues, da comunidade de Cametá, Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns/PA, é monitora voluntária e atua com o objetivo de proteger os recursos naturais na região. No seminário, “Léia”, como é conhecida pela comunidade, destacou a importância de seu trabalho junto às famílias locais e também os grandes desafios, como o de quebrar o conceito equivocado que a população tem de que o monitoramento é uma “fiscalização” sobre os moradores.
“Hoje já aceitam o monitoramento. Nosso trabalho é coletar dados sobre a caça de subsistência e a extração comunitária de madeira. Tudo isso está ajudando a gente a ter um olhar para preservar mais os bichinhos e a natureza”, afirmou.
Em apresentação, Léia ressaltou o papel da inclusão social para a proteção de espécies e o protagonismo que o projeto tem despertado na comunidade, especialmente nos jovens.
“O monitoramento vem ajudar a Unidade. Os projetos vêm para dar um começo, um caminho. Dali em diante a gente tem que seguir com as nossas próprias pernas. No Tapajós Arapiuns são nove comunidades que participam do monitoramento”, comentou ela.
“A Léia trouxe para os participantes do SAPIS o olhar de moradora preocupada com a biodiversidade e engajada com as atividades que realiza no âmbito do projeto. Sua fala ganhou destaque, chamou a atenção e gerou reflexões a respeito das formas de inclusão dos atores locais nas ações estratégicas de gestão”, afirmou Cristina Tófoli, do IPÊ.
O Projeto de Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia, é parte da iniciativa para estruturação do Sistema Brasileiro de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Desde 2013, trabalha para implementar monitoramentos participativos da biodiversidade, e promover o envolvimento socioambiental para o fortalecimento da gestão das Unidades de Conservação e a conservação da biodiversidade em UCs da Amazônia.