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O Estado de São Paulo abrigou a WBio2022 de 7 a 9 de junho, nas Sedes da SIMA e da CETESB, na capital paulista. Pesquisadores de universidades, institutos e organizações, além de representantes governamentais e não-governamentais como o IPÊ, estiveram presentes em evento híbrido, que reuniu mais de 800 pessoas, de 25 países.
O objetivo do encontro, promovido por uma equipe de organização liderada pelo Secretariado da própria CDB, com vários parceiros, a exemplo do Governo do Estado, da GIZ, do projeto apoiado pela UE – Post 2020 Biodiversity Framework, da ACIA, do ICLEI e do Regions4, foi fomentar a reflexão crítica para a questão da biodiversidade e das práticas locais e subnacionais que tenham potencial de serem replicadas. Com as discussões levantadas no evento, a ideia é facilitar o acesso a recursos e parcerias de fontes diversas, democratizar conhecimentos e envolver atores de múltiplos níveis da cadeia de biodiversidade a fim de consolidar o Marco Global de Biodiversidade (GBF, em inglês), até 2030.
O Marco Global para a Biodiversidade pós 2020 direciona a governança e a implementação dos objetivos da CDB, a Convenção sobre Diversidade Biológica, um tratado da Organização das Nações Unidas e um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente.
O GBF é um plano com metas para a conservação, o uso sustentável e a repartição de benefícios da biodiversidade. Atualmente a proposta é composta por 21 metas para 2030 relacionadas à visão de que a biodiversidade deve ser valorizada, conservada, restaurada e utilizada de forma inteligente até 2050.
“Nosso trabalho há 30 anos está relacionado à conservação da biodiversidade que, ano a ano, vem se perdendo no mundo. Precisamos compreender que a perda de diversidade de vida afeta tudo: de habitats ao clima. Nessa reunião, buscou-se traçar alguns caminhos de base também para propostas que serão debatidas na COP15, da Biodiversidade˜, comenta Simone Tenório (foto), coordenadora da iniciativa pelo IPÊ, que participou do encontro junto com Cristina Tófoli, pesquisadora de biodiversidade do IPÊ.
Ao longo do evento, um amplo leque de projetos foi apresentado que indicam caminhos que podem ser seguidos para a conservação da biodiversidade, além de dados e propostas para aprimorar os esforços de conservação em todo o mundo. Simone apresentou os projetos do IPÊ que existem há décadas e que já consolidaram transformações relevantes em regiões da Mata Atlântica e Amazônia, envolvendo pesquisa científica, educação, participação social, restauração florestal e políticas públicas, ações que fazem parte de um modelo de conservação.
Esteve presente também a Secretária Executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, maior representante da agenda global na área, Elizabeth Maruma Mrema que, em uma participação online, ressaltou a importância da união dos governos locais e subnacionais em prol da biodiversidade.
“Estamos aqui reunidos para começar a transformar as políticas públicas e estruturar programas para melhora dos ecossistemas. A Convenção sobre a Biodiversidade ainda é a única que tem um plano de ação para as cidades e governos estaduais. Estes são os executores das diretrizes e programas de nível nacional e internacional. O WBio2022 é o início do processo de alavancagem da contribuição destes atores para o quadro estratégico da Convenção.”
Oliver Hillel, representante da CDB durante todo evento, responsável pelo envolvimento de Estados, Regiões e Cidades no trabalho da Convenção e pela integração da biodiversidade nos setores econômicos e desenvolvimento, afirmou que os governos subnacionais e locais não são separados dos governos da convenção, pois fazem parte dos mesmos países e têm uma função de representar e fazer as sinergias entre todos os envolvidos.
“Os 196 governos nacionais da Convenção têm um desafio enorme. Nós precisamos da natureza como parte do nosso desenvolvimento econômico. A nossa ambição nesse momento é de ajudar os governos e a ONU a fazerem essa integração horizontal, por meio dos diversos setores de um governo. Ao mesmo tempo devemos concretizar a governança em todos os níveis, entre esses 196 países, que possuem governanças características.”
Atingir esse objetivo será possível, segundo ele, por meio de cinco temas que foram discutidos no decorrer do evento. São eles: apoio à governança; cidades; serviços ecossistêmicos; áreas protegidas e outros instrumentos de conservação; e ciência.
Com o evento, mais que um documento contendo propostas que serão encaminhadas pelos parceiros aos demais atores responsáveis pela implementação da CDB, iniciou-se um processo fundamental para os próximos anos, o WorldBio (WBio).
O WBio representa um esforço coletivo global visando realizar ações concretas para implementação da CDB até 2030, gerado a partir de territórios locais e subnacionais, em parceria com outros territórios sustentáveis – a exemplo de reservas da biosfera, territórios tradicionais e regiões metropolitanas – e com outros principais players – governos federais (Partes da Convenção), populações indígenas e comunidades locais, jovens, mulheres, ciência, empreendedores e demais organizações não-governamentais. Apoiando, neste formato, as ações de advocacy sobre a importância de cada parceiro e a elaboração de documentos de referência.
“São mais de 50.000 governos subnacionais e mais de 1 milhão de territórios locais, segundo o Secretariado da CDB. Junto aos demais chamados ´atores não-Partes´, promovem mais de dois terços das ações de implementação da própria Convenção da ONU. Nosso compromisso ético para esta década sinaliza que façamos mais este esforço estratégico somando forças com todos que caminham nesta estrada, assumindo o contexto dos ODS, atendendo ao chamado da própria ONU ao consolidar os anos que virão até 2030 como a Década da Ação. Ou seja, as palavras precisam urgentemente ganhar vida. O WBio representa este esforço, e todos estão convidados” – afirma Paul Dale, assessor técnico em biodiversidade da SIMA.
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