O IPÊ entregou à prefeitura de Atibaia (SP) o resultado final do estudo que será a base para o planejamento de arborização urbana da cidade. Agora, o município conta com um mapa que indica a situação da cobertura vegetal dos seus bairros e as regiões que mais precisam de arborização. Além disso, o IPÊ também apresentou à prefeitura uma análise específica sobre o bairro Alvinópolis, área que possui a menor cobertura vegetal em toda a cidade, indicando a quantidade de árvores que precisa ser plantada no bairro e o porte mais adequado de acordo com os espaços disponíveis para plantio.
O trabalho é resultado de um termo de parceria firmado entre a prefeitura e o Instituto, em janeiro de 2014, que começou com um diagnóstico da cobertura vegetal dos 44 bairros dentro da área urbana e de expansão urbana do município, indicando aqueles com maior e menor percentual de áreas verdes.
“Identificamos que mais de 79% do bairro Alvinópolis não possui vegetação de médio ou grande porte. O Índice de Cobertura Arbórea encontrado para o bairro está muito fora do que é recomendado pela literatura como ideal. Se todos os pontos potenciais para plantio forem arborizados teríamos uma densidade média de 62 árvores por quilômetro de via pública, ou seja, uma árvore a cada 16 metros. Atualmente, temos no bairro em média somente uma árvore a cada 61 metros. Nosso levantamento indicou também que existem 355 pontos arborizáveis no bairro”, afirma Patrícia Paranaguá, engenheira florestal do IPÊ.
A arborização urbana é um dos assuntos mais importantes da atualidade. Com mais da metade da população mundial vivendo em áreas urbanas, tornar as cidades mais seguras e sustentáveis é um grande desafio global. Áreas verdes em regiões urbanas são indispensáveis para o bem-estar da população, visto que são reguladoras do clima e influenciam na qualidade do ar e na própria qualidade de vida de seus moradores. O crescimento desordenado em áreas urbanas é um dos principais fatores para que se tenha perda de áreas verdes ou ainda árvores plantadas de forma inadequada, que trazem prejuízos aos moradores e ao próprio ecossistema, em longo prazo.
“Assim como várias outras cidades, Atibaia precisa recompor a vegetação natural em suas áreas urbanas. Com esse estudo, procuramos identificar exatamente onde os plantios são mais necessários e de que forma eles podem ser feitos. Sugerimos que o planejamento de arborização urbana seja realizado prioritariamente nos bairros com menos cobertura verde, plantando espécies de árvores mais adequadas ao espaço existente, de forma estratégica, evitando assim problemas com fiação e terrenos inadequados”, conta Patrícia.
Como próximos passos, a Prefeitura pretende consolidar o estudo com o plantio nos pontos indicados do Alvinópolis, inclusive com a substituição de árvores mortas, bem como prosseguir com o mesmo tipo de diagnóstico nos demais bairros, priorizando os mais carentes em arborização.
De acordo com Daniel Borghi Filho, diretor de Meio Ambiente da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura, o planejamento da arborização urbana, além do estudo, também deve considerar as limitações e situações encontradas nos passeios públicos. “Devemos atentar para a largura das calçadas, recuo das edificações, rebaixamento de guias, presença de mobiliário urbano (bancas, telefones públicos), existência de placas de sinalização, pontos de ônibus, postes, instalações subterrâneas (água, esgoto, drenagem), entre outras”, disse.
“Além do Alvinópolis, à medida que outros bairros forem amostrados, estimativas de densidade arbórea poderão ser comparadas e utilizadas como parâmetro para avaliar o aumento ou evitar a redução arbórea e equilibrar a distribuição da vegetação na cidade”, afirmou o secretário de Urbanismo e Meio Ambiente, Sérgio Glória.
Conforme o prefeito Saulo Pedroso, “ao estabelecer um planejamento de arborização urbana, Atibaia será uma das poucas cidades do país a ter uma estratégia para recomposição vegetal, com as espécies corretas e de maneira adequada aos objetivos da população”, concluiu.