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Rita Rosa Bernardino é uma protagonista da agrofloresta no município de Mirante do Paranapanema, no extremo Oeste do estado de São Paulo. Em 2015, Rita destinou um hectare da propriedade no assentamento Margarida Alves para a implementação do Sistema Agroflorestal (SAF) com orientação dos técnicos do IPÊ.
A Rita está entre as 51 famílias beneficiadas pelo projeto Sistemas Agroflorestais (SAFs) para Agricultura Familiar como Corredores Ecológicos, uma iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas realizada em três municípios do Oeste Paulista: Mirante do Paranapanema, Teodoro Sampaio e Euclides da Cunha (SP).
Aline Souza, técnica do IPÊ, pontua que os SAFs têm como característica os diferentes ciclos de produção como forma de alinhar diversidade de alimentos com a geração de renda. “Nos SAFs no Pontal do Paranapanema, trabalhamos com o plantio de árvores nativas da Mata Atlântica, junto com cultivos anuais, além de espécies frutíferas, como limão, laranja e café. Dessa forma, é possível contribuir com o aumento da produção de alimento a curto, médio e longo prazo, além de complementar a renda familiar”.
Entre as linhas de árvores frutíferas e nativas, Rita plantou culturas anuais como mandioca, maxixe, berinjela, quiabo, abóbora, feijão de corda etc. “Nos cinco primeiros anos de implantação a produção foi ótima. Além de garantir a alimentação da família, o excedente foi comercializado com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), responsável pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, destaca a produtora.
Atualmente, com o crescimento das árvores ao invés das culturas anuais, Rita tem colhido frutas. “Estamos nesse momento, com a produção de culturas como café e de diferentes espécies de citrus. Em 2021, colhi 160 quilos de limão. A produção foi comercializada com a CONAB”, conta.
Além do complemento de renda, Rita destaca o SAF como aliado da principal atividade da família, o gado leiteiro. “Em 2018, a região foi assolada por uma grande seca e boa parte da alimentação do gado veio da agrofloresta – mandioca, feijão andu, galhos de árvore nativa (retirados da poda) como o Pau-pólvora (Trema micrantha)”.
Entre os benefícios do SAF, a produtora rural também revela a mudança na temperatura da casa. “Não sei mensurar em graus, mas como o SAF fica próximo à minha casa, ela ficou mais fresca”. No final do dia, depois de concluir as atividades, Rita gosta de sentar-se à sombra do quintal, apreciar sua florestinha e ouvir os pássaros. “Essa tranquilidade não tem preço”, finaliza.
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