Uma nova área com 14 hectares, cerca 5.5 km, recebeu 30 mil mudas de árvores nativas de Mata Atlântica e passou a integrar o projeto Corredores de Vida, do IPÊ, realizado há mais de 25 anos Pontal do Paranapanema, no extremo oeste paulista. Com essa ação realizada na Fazenda Estrela, o IPÊ finaliza mais um trecho do Corredor de Vida na face norte do Parque Estadual Morro do Diabo e que está conectado à Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (ESEC MLP)/ Unidade Água Sumida, em Teodoro Sampaio e à Reserva Legal da Fazenda San Maria, onde há presença de grupos de mico-leão-preto, em Presidente Epitácio/SP.
Para a finalização desse trecho, o IPÊ contou com recursos de um dos financiadores mais antigos do projeto Corredores de Vida, Durrel Wildlife Conservation Trust, que contribuiu dessa vez com os recursos para a compra das mudas, as últimas foram plantadas durante a visita de Amy Bompas, coordenadora de Durrell, à região.
“A visita fez muita diferença, agora conheço de perto o projeto e posso passar a realidade do que são os Corredores de Vida com o coração. “Conhecer o Pontal, os Corredores de Vida me trouxeram informação e argumentos para construir narrativas para negociar com os financiadores que investem em Durrell e, consequentemente, nos Corredores”, destaca Amy.

“Moro em Jersey, uma ilha pequena no Canal da Mancha, e ao visitar o Pontal fiquei boquiaberta com a dimensão dos Corredores, é uma escala de paisagem, de biodiversidade incalculável para compreender via relatórios, fotos e vídeos”.
Ao todo, o trecho da Fazenda Estrela, no Corredor Norte, conta com 507 hectares que receberam mais de 1 milhão de mudas e assim conectam mais de 2.000 hectares de floresta, incluindo áreas de floresta remanescente. A transformação da paisagem foi feita em quatro anos e está em fase de manutenção e monitoramento.
Esse aumento da conectividade entre os fragmentos é de extrema importância para a conservação do mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), uma vez que tem o potencial de possibilitar o contato entre os micos que estavam isolados em fragmentos (tanto do Parque Estadual Morro do Diabo quanto da Estação Ecológica Mico-leão-preto e outros fragmentos privados) e permitir a troca genética entre as populações.
A implementação do trecho de 507 hectares contou com recursos entre apoiadores e financiadores (em ordem alfabética) de: Beira Rio Empreendimentos Imobiliários, Carbon Free, Cart – Concessionária Auto Raposo Tavares, Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia, Durrell Wildlife Conservation, Ecosia, Entrevias, Fazenda Golfo Nobre, Ferrari Osasco e Comércio de Madeiras, Fratelli Incorporadora, Funada, Protenge Urbanismo, José Roberto Toledo Materiais Construção & Cia, L.R.G. Construções e Empreendimentos, LLPP Incorporação, Marcio Barros Mendes, Matsuda Construtora, Incorporadora e Comércio, Nova Alcântara Andradina-SP Empreendimentos Imobiliários, One Tree Planted, Pauma e BR Terrenos Empreendimento Imobiliário, PB Produção de Energia Elétrica Eireli, Protenge Urbanismo, Renuka do Brasil S/A, UFV Goverde e WeForest.

Benefícios Sociais e Econômicos
Além do viés ambiental, a restauração florestal também proporciona benefícios que fortalecem as comunidades envolvidas na atividade, por meio da valorização do trabalho e do aumento de renda.
Ao adquirir mudas nativas produzidas nos viveiros comunitários da região e contratar empresas locais e regionais para o plantio e manutenção das áreas, a restauração beneficia diretamente e indiretamente famílias rurais e urbanas contribuindo com a economia local. Entre as empresas que integram a cadeia da restauração no Pontal do Paranapanema está a Carvalho Reflorestamento.
A empresa familiar, foi constituída, em dezembro de 2021, por Miguel Alves de Carvalho e Vanessa Carvalho, respectivamente, pai e filha. Eles juntaram as experiências profissionais: Miguel com conhecimentos de plantio herdados de seus familiares, pois é filho de agricultores rurais e Vanessa com a formação em Agronomia. Os sócios-proprietários, enxergaram a oportunidade de trabalho no mercado de restauração florestal impulsionada pelo IPÊ, no Pontal. O déficit de áreas que precisam ser restauradas na região é de 250 mil hectares.
“Coloco muito amor no meu trabalho, tanto na gestão da empresa como em cada muda que planto, sei que daqui anos elas vão se transformar numa imensa floresta habitada por várias espécies de animais”, disse.