PONTAL DO PARANAPANEMA
Bioma:
Mata Atlântica
Região:
Extremo Oeste do Estado de São Paulo
1.910
pessoas beneficiadas
Desafio:
Desenvolver sistemas e metodologias de gestão de paisagens, equilibrando os ganhos socioeconômicos com a manutenção dos serviços ecossistêmicos e a conservação de espécies ameaçadas.
O Oeste do Estado de São Paulo, que abrange parte das bacias hidrográficas do Pontal do Paranapanema, Rio do Peixe e Rio Aguapeí, abriga a Mata Atlântica de interior, conhecida como Floresta Estacional Semidecidual (FES), a formação florestal mais ameaçada da Mata Atlântica. As várias pequenas áreas florestais ainda existentes ali estão muito isoladas umas das outras. Com isso, as florestas, que abrigam importantes exemplares de flora e fauna, ficam vulneráveis ao fogo e a outros efeitos de borda, e os animais, por sua vez, não conseguem circular, reduzindo suas chances de se alimentar e se reproduzir, o que pode levá-los à extinção.
Com base nesse desafio, pesquisadores do IPÊ, da Fundação Florestal, da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de SP (SIMA, e de outras organizações da sociedade civil desenvolveram um Plano Operacional para Conectividade entre Unidades de Conservação e Áreas Protegidas no Oeste Paulista. A partir de estudos de campo e quatro grandes encontros em 2019, o grupo reuniu o banco de dados mais completo sobre a biodiversidade da região e também definiu um mapa das áreas prioritárias para a conectividade florestal e conservação do Oeste paulista.
As informações apontam para algumas atividades-chave a serem realizadas para reconectar a floresta, como a criação de Unidades de Conservação e a implementação de novos corredores florestais sustentáveis economicamente, com apoio e participação de proprietários rurais e envolvimento de comunidades.
O IPÊ tem como premissa criar e acompanhar ações de envolvimento comunitário, educação ambiental e iniciativas de benefícios sociais e econômicos para que o trabalho de restauração florestal tenha resultados eficazes para a natureza e para a sociedade.
Apoiamos viveiristas de mudas nativas, como Aderson
Renivaldo Borges Gomes, morador do assentamento São
Bento, em Teodoro Sampaio (SP), que produz 60 mil mudas
por ano, de 25 espécies. As mudas são vendidas para
empresas que precisam cumprir ações legais de
reflorestamento.
No Pontal do Paranapanema, promovemos restauração florestal em corredores que conectam diferentes Unidades de Conservação. Em um deles, o Corredor Norte, capacitamos 300 agricultores e estudantes em agroecologia e educação ambiental. Além disso, promovemos geração de renda para as comunidades envolvidas por meio de produção e comercialização de mudas de espécies nativas, em viveiros florestais: empreendimentos sociais que visam o desenvolvimento socioeconômico e ambiental dos agricultores familiares de assentamentos de reforma agrária na região.
Ao longo de mais de 20 anos, junto com o desenvolvimento dos corredores, o IPÊ incentivou a formação e acompanha de perto oito viveiros florestais comunitários, instalados em diferentes assentamentos da região. A maioria está constituída sob a forma de associativismo ou cooperativismo, mas existem ainda iniciativas particulares de agricultores que passaram por nossas capacitações gratuitas. Em 2019, os viveiros produziram aproximadamente 800 mil mudas e beneficiaram 40 pessoas.
A iniciativa dos Corredores da Mata Atlântica conta com instituições parceiras para sua realização, como Natura, BNDES, Petrobras, Funbio, Whitley Fund for Nature, Durrell Wildlife Conservation Fund, CTG, CESP, Parque Estadual Morro do Diabo, Prefeitura Municipal de Teodoro Sampaio, Ministério Público Estadual, Saving Species Fund, entre outros. Em 2019, a ECOSIA colaborou com a restauração de 200 hectares. Outro parceiro do IPÊ é a WeForest.
A WeForest atua em seis países apoiando projetos de restauração de paisagens florestais, que envolvem não somente o plantio, mas todo o fortalecimento da estrutura socioambiental para sua concretização. A instituição nos apoia desde 2014 e, mais recentemente, no desenho de estratégias para o projeto Corridors for Life.
“O IPÊ é uma das poucas organizações com essa combinação de restauração da paisagem, conservação de espécies endêmicas ameaçadas, com geração de renda para comunidades, e desde sempre ficamos encantados pela qualidade do trabalho. A WeForest precisa de parceiros com um corpo técnico experiente como do IPÊ, que tem uma relação consolidada com os públicos na região onde atua e que faz tudo sempre com muita transparência. Agora estamos ainda mais próximos, não apenas com doação de recursos, mas desenvolvendo planejamentos conjuntos para garantir ainda mais impacto na Mata Atlântica”, comenta Ricardo Gomes César, consultor da WeForest no Brasil.
A restauração pode ser bastante rentável para a região oeste de São Paulo. Pesquisas afirmam que, a cada 1.000 hectares restaurados, são gerados 200 empregos diretos, sem contar o impacto de outras atividades produtivas como o plantio de alimentos no modelo agroflorestal, segundo dados da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS). E estima-se que 77 mil hectares podem ser restaurados nessa região.
O IPÊ promoveu, em agosto, uma oficina sobre o tema no Parque Estadual Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP). Produtores, empresários e organizações avaliaram juntos como é o mercado regional da restauração florestal e como ele pode impulsionar a economia local. A oficina deu origem ao “Estudo do Mercado da Restauração Florestal de Corredores de Conectividade entre Unidades de Conservação da região do extremo oeste de São Paulo".
Crédito: Laurie Hedges
No Pontal do Paranapanema, o IPÊ trabalha na restauração florestal de corredores para conectar Unidades de Conservação da Mata Atlântica. Veja alguns resultados do mais novo deles, chamado Corredor Norte:
Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) potencializam a produção agrícola de forma sustentável, equilibrando ganhos econômicos, sociais e ambientais. No Pontal do Paranapanema, o IPÊ beneficia 51 famílias de assentamentos rurais com esse sistema, em uma área de grande impacto para a proteção da Mata Atlântica. Em 2019, o IPÊ ofereceu Assistência Técnica Rural aos produtores que implantaram e continuam manejando os sistemas agroflorestais e agroecológicos. São agricultores que confiaram na proposta de implantação dos SAFs nos anos de 2015 e 2016 – combinando o plantio de espécies arbóreas nativas com árvores frutíferas e café, que começaram a dar frutos neste ano.
O monitoramento do impacto dos SAFs é realizado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, por meio do Painel Agroflorestal, que levanta dados biofísicos das agroflorestas do IPÊ no Pontal e em outras localidades. As informações são disponibilizadas na planilha SAF São Paulo, desenvolvida no âmbito do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS). A ferramenta é de uso público e gratuito, para planejamento e avaliação econômico-financeira de sistemas agroflorestais (SAFs).
Crédito: Arquivo IPÊ
O café agroflorestal é um produto do projeto com os SAFs. Ao todo, 51 famílias de assentados rurais plantam cafés entre árvores da Mata Atlântica, garantindo mais biodiversidade na área, livrando os pés de café das ações do tempo que interferem na safra, e ainda obtendo uma renda extra, a partir do beneficiamento do produto com apoio do IPÊ. Em 2019, 560 quilos de café beneficiados deram origem a 920 pacotes de café torrado e moído, comercializados em locais como o Instituto Chão, em São Paulo (SP).
BIODIVERSIDADE: LEGADO PARA O FUTURO
As iniciativas do IPÊ no Pontal do Paranapanema promovem a sustentabilidade da população local, com ações para restauração e geração de renda, e garantem a conservação e o restauro do habitat de diversas espécies de fauna e flora. O Instituto também atua no levantamento e manejo de espécies. O trabalho realizado com uma dessas espécies, o mico-leão-preto, teve início antes da fundação do IPÊ.
Crédito: Laurie Hedges
O chamado “Mapa dos Sonhos”, uma iniciativa do IPÊ, aponta quais os melhores locais em áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente para se plantar florestas, de forma que as árvores beneficiem a recomposição da biodiversidade e reconectem as paisagens no Pontal do Paranapanema. O modelo hoje é usado para outras iniciativas de conectividade em áreas particulares.
Foi esse mapa que orientou o desenho dos Corredores de Mata Atlântica implementados pelo IPÊ no Pontal. O maior deles, com 1.200 hectares e 2,4 milhões de árvores, conecta o Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD) e a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto (ESEC-MLP), aumentando as chances de sobrevivência de espécies ameaçadas e contribuindo para reduzir o problema ambiental mais grave na região, a fragmentação florestal.
- Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus)
- Onça-pintada (Panthera onca)
- Anta (Tapirus terrestris)
- Preá (Cavia cf. aperea)
- Rato-da-árvore (Oecomys cleberi), conhecido apenas do Pontal do Paranapanema,
- Cobra-minhoca (Liotyphlops cf. beui)
- Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris)
- Jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) - Ameaçado em São Paulo
e com um registro inédito no Pontal do Paranapanema.
O maior corredor florestal já restaurado no Brasil fica na Mata Atlântica, no Pontal do Paranapanema (SP), e foi plantado pelo IPÊ. Tem 1.200 hectares e 2,4 milhões de árvores e fica dentro da Área de Preservação Permanente e Reserva Legal da fazenda Rosanela. Ele permite que os animais circulem por áreas mais amplas, para encontrar alimentos e se reproduzir, reduzindo as chances de extinção.
Crédito: Laurie Hedges
Em 2019, o IPÊ deu um novo e importante passo no desenvolvimento do projeto Corredores da Mata Atlântica com o início dos plantios para o "Corredor Norte", localizado ao norte do Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD). A meta é que o Corredor Norte chegue a 500 hectares reflorestados com 1 milhão de árvores. A área escolhida para o corredor pertence à Destilaria Alcídia, um local prioritário para restauração florestal. O projeto foi desenhado via compensação ambiental da empresa Atvos, por meio do Programa Nascentes do Estado de São Paulo, da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo (SIMA), que converte multas em serviços ambientais.
300 produtores com capacitação em conservação da biodiversidade
120 produtores rurais na produção de mudas nos viveiros agroflorestais
40 produtores na prestação de serviços de plantio e manutenção florestal
20 profissionais: coordenadores, educadores, extensionistas e pesquisadores.
+ 70 hectares de área de floresta restaurada
+ 150 mil árvores plantadas
+ 3 quilômetros de florestas, que complementam o primeiro Corredor da Mata Atlântica finalizado em 2011.
Os dois corredores agora somam 2.850.000 árvores.
Uma das mais longevas iniciativas de conservação de espécies do Brasil, o Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto, criado pelo IPÊ na Mata Atlântica de São Paulo, celebrou, em 2019, 35 anos de pesquisas e ações em prol dessa espécie (Leontopithecus chrysopygyus). A partir dele, aliás, o Instituto criou bases para desenvolver toda uma metodologia de conservação da biodiversidade inovadora, pautada em: pesquisa científica, educação ambiental, envolvimento comunitário em negócios sustentáveis, restauração da vegetação na paisagem e apoio a políticas públicas.
Conheça essa história: ipe.org.br/ipe
Saiba mais sobre o mico-leão-preto na linha do tempo:
ipe.org.br/en/linhadotempo-mlp
Para que o Corredor Florestal ofereça todos os recursos necessários aos micos e eles passem a utilizar as áreas restauradas, começamos a implantar ocos artificiais nas árvores. Isso porque essas árvores são novas e ainda não possuem as partes ocas onde os micos costumam se abrigar durante a noite. Os ocos artificiais são monitorados por câmeras, para identificarmos o momento em que micos e outros animais arborícolas os utilizam.
O projeto é apoiado por Disney Conservation Fund, The Sustainable Lush Fund, e desenvolvido em parceria com o Laboratório de Primatologia (LaP) da Unesp Rio Claro (SP).
Outro grande apoiador do Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto é Durrell Wildlife Conservation Trust. Em 2019, o mico-leão-preto passou a integrar o planejamento estratégico da instituição de Jersey (Reino Unido), que desenvolverá campanhas anuais exclusivas para apoiar as ações do IPÊ com essa espécie. Todo recurso captado será investido em: manejo de populações selvagens (translocações), manejo do habitat (restauração e implantação de ocos artificiais), manejo da população de cativeiro e capacitação de equipes.
• Mico virou selo dos Correios - Espécie símbolo do Estado de São Paulo, o mico-leão-preto fez parte de uma coleção especial de selos dos Correios em 2019, junto com outras espécies - as larvas do besouro (Pyrearinnus termitilluminans), que proporcionam o fenômeno conhecido como Cupinzeiro Luminoso, e a Preguiça-de-Coleira (Bradypus torquatus). A fotografia que estampa o selo é da bióloga Gabriela Cabral Rezende, pesquisadora do IPÊ. Tornar a imagem um selo ajuda a popularizar a espécie.
• Congresso de primatas com educação e mico-leão-preto em pauta - O 18º Congresso Brasileiro de Primatologia, da Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr), de 6 a 10 de novembro, trouxe a educação para o centro dos debates, com o tema "Educando Primatas". A abertura do evento em Teresópolis (RJ) foi realizada pela presidente do IPÊ, Suzana Padua. Doutora em Educação Ambiental, Suzana defende que o assunto deve ser tratado como ciência, assim como outras atividades que envolvem a conservação de primatas no Brasil.
• Tendências na pesquisa de primatas - O congresso buscou avançar em duas questões primordiais para a pesquisa e a conservação de primatas no Brasil: o uso de tecnologias para monitoramento das espécies em campo e a comunicação para conservação. Outra novidade foi a abertura para mais discussões sobre educação e comunicação na conservação de primatas.
São 153 espécies e subespécies, das quais 23% estão ameaçadas de extinção. Nessa lista estão os primatas que vivem na Mata Atlântica e no Arco do Desmatamento (onde o desmatamento avança). O IPÊ, há 35 anos, atua pela conservação do mico-leão-preto, símbolo do Estado de São Paulo.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: LEGADO PARA O PONTAL
Em 2019, o Programa Um Pontal Bom para Todos continuou a desenvolver ações previstas dentro do Programa de Conservação do Mico-leão-preto. Ao todo, envolveu mais de 1.600 pessoas, entre alunos, professores e diretores de escolas públicas de oito municípios do Pontal do Paranapanema, além de promover atividades de engajamento da população.
A Educação Ambiental promovida pelo IPÊ é uma ação de longo prazo e tem um valor especial para a cidade de Teodoro Sampaio. Ela faz parte do currículo escolar no município, devido ao trabalho do Instituto, que mantém atividades ali antes mesmo de sua fundação oficial, em 1992.
Há 21 anos consecutivos professores da região do Pontal do Paranapanema contam com o IPÊ no desenvolvimento de suas habilidades com o tema Educação Ambiental. Por meio de cursos, palestras e workshops, já capacitamos gratuitamente mais de 3.700 professores, contribuindo não só com a formação desses docentes, como com a formação mais qualificada de alunos e com a cidadania local.
A parceria com os professores da rede pública gera frutos para a escola e a comunidade. É o caso da Escola Estadual Salvador Moreno Munhoz, em Teodoro Sampaio (SP), que tem professores parceiros desde 2003, quando eles começaram o projeto Sinal Verde, responsável pela instalação de um viveiro de mudas nativas que é um dos fortes laços da escola com o IPÊ e a questão ambiental.
Assim como o viveiro é importante ferramenta de Educação Ambiental na escola de Teodoro Sampaio, o LABECA – Laboratório de Biologia e Educação, Conservação Ambiental tem esse papel na Escola Estadual Professora Maria Audenir de Carvalho, no distrito de Primavera, em Rosana (SP). Cerca de 200 alunos do período noturno participam do laboratório como disciplina optativa. A iniciativa começou em 2019 para debater a questão dos incêndios na Amazônia e as mudanças climáticas, com a proposta de se tornar um espaço de discussões e ações para a conservação da biodiversidade.
“Falamos do fogo, das mudanças climáticas e de questões políticas, dentro das disciplinas de Ciências, Biologia e Química. É um espaço onde discutimos as questões ambientais - que muitas vezes não têm tempo de ser debatidas em sala de aula - fortalecendo as disciplinas obrigatórias”, explica Maria das Graças, coordenadora de Educação Ambiental do IPÊ.
Em 2020, o objetivo do projeto do LABECA é fazer iniciação científica dos alunos a partir da ciência cidadã, explorando as Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais dentro da área urbana do município, para que a comunidade veja e conheça o valor da riqueza natural das áreas verdes.
NAZARÉ PAULISTA - SISTEMA CANTAREIRA
Bioma:
Mata Atlântica
Região:
Sudeste do Estado de São Paulo
Sul de minas
2.024
pessoas beneficiadas
Desafio:
Conservar os serviços ecossistêmicos, com aplicação de pesquisas científicas e envolvimento da comunidade. Ações propõem melhor uso do solo com novos sistemas produtivos e educação ambiental, favorecendo os recursos hídricos e os remanescentes florestais da região.
Nazaré Paulista (SP) é a cidade que abriga a sede do IPÊ. A região é estratégica para a conservação da Mata Atlântica e a manutenção de importantes serviços ecossistêmicos, como os recursos hídricos. Desde 2013, o Instituto ampliou suas ações para as cidades que abrangem o Sistema Cantareira de abastecimento, que fornece água para cerca de 7,6 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo e mais 5 milhões em Campinas e Piracicaba, além de produtores rurais do entorno e empresas que captam água dos rios que alimentam o sistema. Mesmo com essa grandiosidade, o Sistema Cantareira apresenta baixa resiliência, o que pode implicar em novas ondas de escassez de água. Dados do IPÊ indicam que existe um déficit de 35 milhões de árvores em Áreas de Preservação Permanente (APPs hídricas) que abrangem o sistema.
Com o projeto Semeando Água, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental, buscamos superar esse desafio. Nas cidades que influenciam a produção de água para o Sistema Cantareira (Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia, em São Paulo; e Extrema, Camanducaia e Itapeva, em Minas Gerais), implementamos educação ambiental, cursos e práticas para melhoria do uso do solo, engajamento social e restauração. O reconhecimento desse trabalho garantiu ao projeto indicação ao 7º Prêmio Ação pela Água, promovido pelo Consórcio PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), em 2019.
PESSOAS ALCANÇADAS COM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EXTENSIONISMO RURAL: 2.350
PESSOAS ALCANÇADAS PELAS REDES SOCIAIS E AÇÕES INDIRETAS: 29.390
ÁRVORES PLANTADAS: 34.000
NÚMERO DE PROPRIEDADES COM ATIVIDADES: 13
No Sistema Cantareira, levamos Educação Ambiental a 2.350 pessoas em 2019, incluindo 500 educadores de escolas públicas dos municípios onde atuamos. O educador é fundamental para criarmos uma sociedade com elevada consciência socioambiental. Para isso, oferecemos ferramentas que possam auxiliá-los de forma prática no ensino de questões ligadas à sociobiodiversidade.
Assim, os professores receberam uma série de materiais com o objetivo de estimular experiências, vivências no ambiente escolar e fora dele.
Os conteúdos enfatizam a importância da região com seus desafios e oportunidades para um desenvolvimento sustentável, sugerem atividades ao ar livre e trazem relatos reais e inspiradores de pessoas que atuam para transformar o seu entorno.
Veja os materiais que preparamos para essas ações. Eles estão disponíveis no site semeandoagua.ipe.org.br/projeto/publicacoes
Com projetos como o Semeando Água, buscamos não só reflorestar como incentivar melhores práticas do solo que façam diferença para a segurança hídrica. A participação social nos plantios para restauração realizados pelo IPÊ é estimulada, a fim de criar uma ligação das pessoas com a natureza. Em 2019, mais de 60 funcionários de empresas localizadas na região do Sistema Cantareira e da Refinaria de Paulínia (Replan/Petrobras) participaram de mutirões de plantio. Além disso, tiveram a chance de ver como são feitos Sistemas Agroflorestais e agricultura sintrópica, em Nazaré Paulista (SP).
Em 2019, lançamos mais três videoaulas para alcançarmos ainda mais pessoas com informação de qualidade. Produtores rurais e interessados em Restauração Florestal, Sistemas Agroflorestais e Silvicultura de Nativas, por exemplo, encontram informações valiosas aqui: bit.ly/restauracao_florestal e bit.ly/SAFs_silvicultura.
Para educadores, reunimos uma série de dicas capazes de reforçar o aprendizado da sala de aula, por meio de vivências. Acesse: bit.ly/Semeando-Agua-educacao-ambiental.
Em 2019, restauramos 30 hectares de APPs hídricas com o plantio de 34 mil árvores.
Uma rede de “Infiltrados IPÊ” foi formada pelo Semeando Água com uma missão: fazer circular nos grupos de WhatsApp informações sobre O Caminho da Água, A Produção do Cantareira, O Impacto da Escassez e Como Semear Água.
Para isso, a campanha “Infiltrados IPÊ”, desenvolvida pela agência de comunicação Talquimy, identificou mais de 800 microinfluenciadores de diversos perfis. O público-alvo foi a população abastecida pelo Sistema Cantareira, especialmente a região metropolitana de São Paulo.
O movimento alcançou mais de 390 mil pessoas, que tiveram acesso a materiais, animações, vídeos, artigos e ainda participaram de uma live via Facebook, que levaram informações corretas e de qualidade a esses canais de conversas cotidianas.
A campanha virou Case: talquimy.com.br/cases/infiltrados-ipe/
O projeto Semeando Água quer engajar ainda mais pessoas em prol do desenvolvimento do Sistema Cantareira. Faça a sua doação e ajude-nos a avançar em ações de restauração florestal, educação ambiental e capacitação rural, que contribuem com o aumento da segurança hídrica. Participe!
Assim como em todos os projetos do IPÊ, o tema Políticas Públicas é transversal no Semeando Água e possibilita importantes desdobramentos, como o desenvolvimento de parcerias para criação de estratégias e alternativas regionais. Para isso, participamos de eventos ligados à Gestão de Recursos Hídricos e outros complementares à conservação da biodiversidade.
Considerando a importância das articulações institucionais, promovemos o Fórum Desafios e Oportunidades para Segurança Hídrica no Sistema Cantareira e estabelecemos um Termo de Cooperação Técnica com a Fundação Florestal do Estado de São Paulo, organizando o I Simpósio Técnico-Científico do Contínuo Cantareira.
O Sistema de Áreas Protegidas do Contínuo Cantareira, ou Continuum Cantareira, é um complexo formado por várias Unidades de Conservação, que são essenciais para a formação de um corredor de ligação entre os fragmentos florestais da Serra da Cantareira e os maciços florestais da Serra da Mantiqueira. São elas os Parques Estaduais Cantareira, Itaberaba, Itapetinga, Monumento Natural Pedra Grande, Floresta Estadual Guarulhos, APA Sistema Cantareira e Represa Bairro da Usina.
Por sua importância e atributos, são áreas de desenvolvimento de pesquisas cujos resultados são essenciais ao desenvolvimento de estratégias de conservação e de gestão das UCs e seu entorno.
Para conhecer os trabalhos desenvolvidos na região, identificar lacunas de conhecimento e buscar estratégias para o fomento de pesquisa aplicada, o IPÊ e a Fundação Florestal, junto com a ESCAS - Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, o Projeto Semeando Água e o Instituto Florestal, reuniram mais de 50 pessoas no 1° Simpósio Técnico-Científico do Contínuo Cantareira, nos dias 30 e 31 de outubro, em Nazaré Paulista (SP).
A programação incluiu apresentação de pesquisas, construção de propostas de estudo em áreas como recursos hídricos e uso e ocupação do solo, entre outras atividades. Também foi discutido o fomento às pesquisas com representantes da FAPESP, Agência do PCJ e Fundação Florestal.
Como resultado, foi elaborado um Plano de Ação para as pesquisas locais, um protocolo de Boas Práticas entre gestores de UCs, pesquisadores e universidades e um documento com as Linhas de Pesquisa Prioritárias para a região.
Veja como atuamos com a produção de alimentos no Cantareira: bit.ly/alimentosdocantareira
Estimular que os proprietários de terra permaneçam na região, reduzindo a especulação imobiliária, é fundamental. O IPÊ apresenta novas práticas – melhoria de pastagem, sistemas agroflorestais, silvicultura de nativas e restauração florestal - como alternativas de renda aos produtores, para conciliar seus interesses com a conservação de recursos hídricos e biodiversidade.
Para saber mais, acesse o site semeandoagua.ipe.org.br.
A melhoria da produtividade no campo e a conservação do solo e da água, com aumento da biodiversidade, são resultados que proprietários rurais obtêm quando implementam as ações do IPÊ. Em um evento que celebrou os resultados do projeto Semeando Água, produtores que apostaram na nossa metodologia comentaram essa experiência.
"Tive a chance de conhecer o IPÊ por meio de um produtor e, assim, de realizar o primeiro módulo do curso de pastagem ecológica que está bem apoiado na sustentabilidade, por meio do tripé social, ambiental e econômico. Fizemos também restauração florestal no entorno dos corpos d’água nas APPs e foi muito animador e estimulante ver o progresso. Fico muito contente com essa parceria e torço pela extensão para que ajude cada vez mais gente” , relata Ricardo Troster, proprietário rural de Joanópolis. O evento teve a presença de Lázaro Brandão, gerente da área de Responsabilidade Social da Petrobras. “É uma satisfação enorme apoiar iniciativas como o Projeto Semeando Água, capitaneado pelo IPÊ, e ver toda essa rede de parceiros, de instituições, produtores locais. É aqui que a gente faz a diferença, na atuação local, no desenvolvimento de cada família, das escolas, dos gestores – todos em rede se aprimorando. Os resultados são concretos, tangíveis.”
PANTANAL E CERRADO
Bioma:
Pantanal e Cerrado
Região:
Mato Grosso do Sul
7.232
pessoas beneficiadas
Desafio:
Desenvolver ações para conservação da anta brasileira (Tapirus terrestris), do tatu-canastra (Priodontes maximus) e do tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). Para isso, realizamos projetos com pesquisa científica, modelagens populacionais, desenvolvimento de estratégias de conservação, educação ambiental, treinamento e capacitação, turismo científico e comunicação. Desde 2019, o IPÊ também avançou nas pesquisas socioambientais na região oeste do Pantanal.
Desde 1996, realizamos ações para a conservação da anta brasileira (Tapirus terrestris). O trabalho começou de forma pontual na Mata Atlântica do Pontal do Paranapanema (SP), e depois avançou para outros biomas, dando origem, assim, à Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira (INCAB). O principal objetivo é desenvolver estratégias de conservação regionais, com base em ciência e planos de mitigação de ameaças à espécie nos biomas onde é encontrada (Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado e Amazônia).
A INCAB é hoje o maior estudo sobre antas do mundo. O trabalho de longo prazo deu origem ao banco de dados mais completo sobre a espécie, que fornece informações a cientistas de vários países e é amplamente utilizado para influenciar o processo de tomada de decisão e políticas de conservação desse animal.
A equipe já capturou 165 antas diferentes, sendo 35 indivíduos na Mata Atlântica, 95 no Pantanal e 35 no Cerrado, para diferentes finalidades, como colocação e remoção de coleiras e coleta de dados sobre organização social e reprodução. Ao todo, 101 antas foram monitoradas por longos períodos de tempo.
Em 2019, mais um importante passo foi dado com o início das nossas atividades pela conservação da anta na Amazônia, assim fechando um ciclo para a conservação da anta e seu habitat.
Uma expedição de 30 dias, realizada em junho de 2019, percorreu mais de 5 mil quilômetros ao longo do arco sul do desmatamento, passando por Rondônia, Mato Grosso e Pará. Nessa região, encontra-se um mosaico de atividades humanas, incluindo a agricultura em larga escala (particularmente a soja), pecuária, mineração, plantios de óleo de palma, entre outras. O objetivo foi verificar o status da anta na região e traçar um planejamento para a pesquisa da espécie na região para 2020.
Para viabilizar a expedição, contamos com vários doadores de diversos locais do mundo, que participaram via crowdfunding.
No Pantanal, as pesquisas da INCAB são realizadas na Fazenda Baía das Pedras, em um ambiente ecologicamente mais equilibrado do que no Cerrado, onde as ameaças são intensas por conta de agrotóxicos e atropelamentos em rodovias. Esse contraponto entre as duas áreas de estudo é importante para comparar questões como comportamento e condições de saúde dos animais em ambientes tão diversos.
Em 2019, realizamos duas expedições de captura no Pantanal (Fazenda Baía das Pedras). Ao todo, 33 antas foram capturadas (24 recapturas). Os animais são equipados com colares de GPS para monitorar a dispersão e a organização social e familiar.
Além disso, nesse ano, cientistas do Grupo de Especialistas em Planejamento de Conservação da Species Survival Comission (SSC), da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN), ligada ao Conservation Planning Specialist Group (CPSG), contribuíram com a equipe da INCAB na modelagem das populações de anta do Pantanal e Cerrado.
A metodologia de captura (com armadilhas em caixa e dardos tranquilizantes) é usada em todas as áreas de estudo para pesquisa de ecologia espacial, movimentos da paisagem e sobreposição espacial. Outro método utilizado é armadilha fotográfica para análise da organização social e reprodução de antas no Pantanal. Atualmente, 50 delas estão distribuídas na Baía das Pedras. Desde 2010, o estudo com camera trap resultou em 24 mil fotos e vídeos.
O monitoramento das antas, seja por telemetria via satélite ou camera trap, traz informações extremamente importantes. Ao longo dos anos, conseguimos registrar centenas de eventos de reprodução e entender a interação das fêmeas com os filhotes. Várias fêmeas que monitoramos tiveram filhotes entre 2015 e 2017, e a maioria deles sobreviveu, o que nos proporcionou uma incrível oportunidade de monitorar seu crescimento e desenvolvimento, interações sociais e relação parental. Em 2020, esses dados serão publicados na Análise de Viabilidade Populacional (PVA).
As antas não têm nada a ver com falta de inteligência! Ela é um animal com alto número de neurônios, é ágil e fundamental para a biodiversidade. Viralizamos a hashtag #antaéelogio nas redes sociais para ajudar a tirar essa imagem dela. Compartilhe também!
O projeto Tatu-Canastra, realizado pelo IPÊ e pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), começou em 2010 no Pantanal do Mato Grosso do Sul e expandiu suas ações para áreas de Cerrado (Mato Grosso do Sul) e Mata Atlântica (Minas Gerais e Espírito Santo) ao longo dos anos. Os principais objetivos são pesquisar a história natural e a biologia de tatus-canastra (Priodontes maximus) e utilizar dados de campo para planejamento e influência em políticas públicas para sua conservação.
O projeto foi pioneiro em metodologias para investigar a ecologia e biologia do tatu-canastra e é um dos principais a capacitar aspirantes a conservacionistas desse animal. A iniciativa já documentou o importante papel dos tatus como engenheiros dos ecossistemas e tem dados consistentes sobre a ecologia espacial das espécies e a sua seleção de habitats, além de informações sobre saúde, dieta, reprodução e comunicação dos animais.
Parte dos dados levantados ao longo dos anos de estudo foi publicada em quatro artigos científicos em 2019. Em 2020 novos artigos serão publicados sobre a espécie. As informações sobre os tatus ajudam na tomada de decisões sobre conservação e foram utilizadas, inclusive, na construção do Plano de Ação Nacional para o Tatu-Canastra, validado pelo Ministério do Meio Ambiente e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, em julho de 2019.
Esta é a primeira imagem de um filhote de
tatu-canastra feita na natureza! Foi registrada por uma câmera preparada pelo Projeto Tatu-Canastra, que estuda esse animal ameaçado há dez anos.
Numa área de 360 quilômetros quadrados ao redor da Fazenda Baía das Pedras (MS), o projeto realizou oito expedições para pesquisas, em 2019. Foram capturados quatro novos tatus, entre eles uma jovem fêmea, que nos ajudará a completar dados sobre relacionamento parental entre os tatus-canastra. Por exemplo, quando exatamente a separação entre mãe e filhote acontece. Nas expedições também foi possível implantar 10 novos GPS em tatus recapturados. As informações sobre reprodução e maturidade sexual da espécie já estão completas e serão publicadas em artigo ainda em 2020.
Os estudos da espécie no Pantanal são de longo prazo e completarão 10 anos em 2020, quando o projeto deve usar uma inovação: um novo sensor de atividade dentro do dispositivo de GPS. Também será estabelecida uma nova grade permanente em toda a área de estudo, monitorando possíveis interações sociais (animais que visitam a área residencial um do outro), reprodução, saúde dos tatus.
Em 2019, os pesquisadores realizaram uma expedição ao Parque Estadual do Rio Doce, o último parque na Mata Atlântica conhecido por possuir tatus-canastra, e confirmaram a presença da espécie. Em 2020, com apoio do Whitley Fund for Nature, um novo projeto terá início nessa região, para avaliar a viabilidade da população da espécie e envolver a população local para que o animal se torne fonte de orgulho e símbolo dos esforços de conservação no parque. O trabalho de campo envolverá a criação de grades de armadilhas fotográficas e a visita a quase 70 fragmentos ao redor do parque.
Em sete campanhas de campo realizadas de abril a novembro de 2019, avaliou-se a quantidade de tatus (densidade) e a sua ocupação na área de abrangência da BR-267, em Mato Grosso do Sul. Ali, trabalhamos em 32 áreas rurais, onde selecionamos 50 zonas (paisagens) para estudo e instalamos 150 pontos com camera traps. Registramos 22 espécies de mamíferos de médio e de grande porte em 20 das 50 paisagens estudadas.
A ideia agora é incentivar a criação de áreas que protejam os tatus e, consequentemente, outras importantes espécies.
Em áreas do Cerrado do Mato Grosso do Sul, um conflito está colocando em risco a vida dos tatus-canastra e a atividade dos apicultores locais. Como as produções e colmeias ficam próximas às últimas áreas florestais nativas do bioma, os tatus são atraídos até ali e as destroem para consumir abelhas e larvas. Os apicultores costumam aplicar veneno nas colmeias caídas, o que leva à morte os tatus e outros animais, como os tamanduás-bandeira. Algumas pesquisas, inclusive, já apontam extinção local de tatus devido a essa ação.
Em 2019, implantamos armadilhas fotográficas para comprovar a ação dos tatus nas áreas de produção. Realizamos entrevistas com 135 produtores e, após muitas conversas com alguns deles, para conscientizá-los sobre a importância de manter os tatus vivos na natureza, criamos o selo Apicultor Amigo da Vida Selvagem. O selo indica a responsabilidade desse produtor em cuidar da fauna nativa e pode contribuir para abrir mais mercados para seus produtos.
Em 2020, os critérios para certificação serão estabelecidos junto com a Wildlife Friendly Enterprise Network (WFEN). Com o trabalho de extensão rural, serão promovidas medidas de mitigação e certificação de associações e plantações de eucalipto.
Com o projeto Bandeiras e Rodovias, os pesquisadores do IPÊ e do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) buscam medir os impactos das estradas na sobrevivência, estrutura populacional e saúde dos tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), pois, com frequência, são vítimas de atropelamentos, assim como outros animais. O projeto busca definir estratégias de gestão de paisagens e estradas para prevenir potenciais extinções.
Desde 2017, a cada duas semanas, 1.337 quilômetros de rodovias são monitoradas. Em dois anos, 11.199 animais mortos foram registrados nas estradas. Entre eles, 44 tamanduás-bandeiras.
Para entender melhor essa questão, entrevistamos caminhoneiros que passam pelas rodovias BR-262 e BR-267 e estamos analisando esses dados, que vão contribuir para medidas de conscientização mais efetivas.
Dados de armadilhas fotográficas espalhadas na BR-267 também estão sendo analisados, assim como amostras de 1255 animais e 102 necropsias (62 tamanduás) que nos trarão resultados sobre a saúde desses animais.
O projeto Bandeiras e Rodovias registrou, em dois anos, 11.199 animais mortos nas estradas no Mato Grosso do Sul, incluindo 44 tamanduás-bandeiras. Desde 2017, a cada duas semanas, 1.337 quilômetros de rodovias são monitorados. Os atropelamentos diminuem pela metade a taxa de crescimento populacional de tamanduás-bandeiras que vivem perto das estradas. Estamos trabalhando com os caminhoneiros para entender como prevenir esses acidentes.
Sob a coordenação do pesquisador Rafael Chiaravalloti, o IPÊ passou a realizar pesquisas ligadas às comunidades pesqueiras no oeste do Pantanal, na região da Serra do Amolar. A proposta é entender os chamados sistemas socioecológicos e como as comunidades se adaptam às mudanças no ambiente para sobrevivência. Uma base desse estudo pode ser encontrada em bit.ly/socio-pantanal.