Projetos
TEMÁTICOS

Além dos projetos realizados localmente, atuamos também com o que chamamos de projetos temáticos, que são mais abrangentes em
termos de ações e territórios. Nessa linha, estão os projetos de Soluções Integradas desenvolvidos em Áreas Protegidas e as
iniciativas de Pesquisa & Desenvolvimento.

SOLUÇÕES INTEGRADAS PARA ÁREAS PROTEGIDAS: AMAZÔNIA

Crédito: Virginia Bernardes

Na Amazônia, temos 352 Unidades de Conservação e 380 Terras Indígenas demarcadas, que somam 732 Áreas Protegidas. Mas o baixo grau de consolidação dessas áreas protegidas amplia a vulnerabilidade da floresta, da biodiversidade e dos povos e comunidades tradicionais. O desmatamento e a degradação florestal são as principais causas da perda de biodiversidade e das emissões de gases que afetam o clima. Em busca da consolidação dessas áreas e conservação da biodiversidade, o IPÊ realiza projetos de Soluções Integradas no bioma, desde 2013.

Nossas estratégias para apoiar as áreas protegidas na Amazônia são:

  • Criar capacidades locais por meio da promoção de conhecimento e geração de renda com práticas sustentáveis (desenvolvimento das cadeias produtivas);
  • Desenvolver pesquisas vinculadas aos instrumentos de gestão que estabeleçam informações para manejo e gestão das áreas protegidas;
  • Articular o trabalho em rede das instituições locais (ONGs, associações indígenas, associações extrativistas, cooperativas, empresas e órgãos de governo) para potencializar resultados e recursos financeiros dentro de um determinado território;
  • Estimular o protagonismo e potencializar resultados e recursos financeiros dentro de um determinado território;
  • Valorizar os saberes das populações tradicionais e agregá-los à ciência;
  • Promover e ampliar a gestão integrada para a conservação da biodiversidade da Amazônia, a manutenção da paisagem e das funções climáticas e o desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais.

O que são Soluções Integradas?

Nossas iniciativas são estruturadas em duas frentes: a sistêmica, com ações estruturantes dentro do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), envolvendo articulações com os órgãos gestores governamentais; e a local, com ações diretas dentro das Áreas Protegidas, prioritariamente executadas no bioma Amazônico. Em 2019, três projetos trabalharam integrando esses conceitos na Amazônia: Monitoramento Participativo da Biodiversidade, MOSUC - Motivação e Sucesso na Gestão de UC e LIRA – Legado Integrado da Região Amazônica.

Liderança jovem foi um dos destaques de Congressos

Crédito: Cibele Tarraço

O IPÊ participou do III Congresso de Áreas Protegidas da América Latina e Caribe, em Lima (Peru), onde apresentou os resultados das Soluções Integradas para Áreas Protegidas. Levamos para debate o papel do terceiro setor no apoio da gestão de UCs, o monitoramento participativo da biodiversidade e o voluntariado como forma inovadora de conservação em Áreas Protegidas. Apresentamos o LIRA como mais uma estratégia de fortalecimento dessas áreas e abordamos ainda o papel da liderança jovem na conservação.

O IPÊ atua em território Amazônico há mais de 20 anos. Nesse tempo, desenvolvemos mais de 15 projetos. Isso nos proporcionou construir uma rede de relacionamentos baseada no respeito ao conhecimento tradicional e no pacto conjunto de ações e seus resultados.

MOTIVAÇÃO E SUCESSO PARA GESTÃO DE UCS (MOSUC)

Bioma:
Amazônia
Área de atuação:
30 Unidades de Conservação federais (28.701.983 hectares)
Nº de pessoas beneficiadas:
125

Em 2012, IPÊ e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) uniram-se, com apoio de Gordon and Betty Moore Foundation, no projeto Motivação e Sucesso na Gestão de Unidades de Conservação (MOSUC). A iniciativa estimula nos gestores ações inovadoras e boas práticas de planejamento e gerenciamento dessas áreas. Além disso, fomenta arranjos para que seja ampliado o número de pessoas e comunidades atuando junto com os gestores, como parceiros e voluntários.

Crédito: Arquivo IPÊ

Em agosto de 2019, encerramos o componente de “Parceria em Rede” do projeto, um arranjo construído nos últimos dois anos, em benefício de 30 UCs, incluindo dois núcleos de gestão integrada e uma unidade especial avançada. A proposta foi proporcionar modelos de contratação de ONGs locais para apoiar a gestão de UCs, de forma a contribuir para o desenvolvimento dessas áreas protegidas. Ao todo, envolvemos 12 instituições locais e mais de 50 colaboradores, abrangendo uma área de quase 29 milhões de hectares em UCs nos estados de Roraima, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre.

Crédito: Ilana Bar

"No MOSUC, conseguimos algo inédito para a gestão de áreas protegidas no Brasil, que foi o estabelecimento de parcerias em rede com organizações da sociedade civil para apoiarem a gestão de UCs, com a realização de ações similares às de um guarda-parque. Os resultados dessa experiência foram muito positivos com, por exemplo, o aumento da integração da UC com as comunidades locais, o fortalecimento institucional de pequenas instituições parceiras e ampliação da efetividade de gestão das APs apoiadas”, explica Angela Pellin, coordenadora do projeto.

CAPACITAÇÃO E INFORMAÇÃO QUE TRANSFORMAM

No processo de desenvolvimento de nossos projetos, buscamos estimular as pessoas promovendo conhecimento e empoderamento para que elas desenvolvam suas atividades de maneira independente, em prol do seu bem-estar e da conservação da biodiversidade, nos locais onde vivem.
Marilene Lima é um dos exemplos de resultados que temos com esse trabalho. Filha de pai seringueiro da zona rural de Sena Madureira (Acre), ela é hoje chefe da Reserva Extrativista (Resex) Cazumbá-Iracema, uma das principais Unidades de Conservação do estado.
*Dedicamos essa entrevista à memória de Marilene Lima.

Crédito: Arquivo pessoal

“Passar pelo projeto MOSUC foi a melhor oportunidade que tive na vida, tanto em conhecimentos como no desenvolvimento profissional. Eu era contra as UCs, porque via que a minha comunidade iria se transformar numa Resex e eu não tinha conhecimento do que isso significava e o benefício que isso poderia trazer - coisa que aprendi com o MOSUC. É muito estranho para mim, filha de seringueiro, me tornar uma chefe de UC como a Cazumbá, mas hoje eu consigo ter um olhar abrangente, de quem entende os moradores da Resex, porque vim de uma realidade muito parecida, de um local onde faltam planejamento técnico e orientação sobre como produzir e vender. Hoje, como chefe da unidade, sinto que sou respeitada também por causa disso.”
Marilene Lima, chefe da Reserva Extrativista (Resex) Cazumbá-Iracema, uma das principais Unidades de Conservação do Acre, onde mais de 370 famílias sobrevivem dos castanhais, seringais, produção de farinha e outras atividades.

Parceria com o ICMBio para fortalecer gestão de UCs e voluntariado

  • As ações do MOSUC envolvem UCs federais de todos os biomas brasileiros. Atuamos em parceria com o ICMBio para o fortalecimento da gestão nessas áreas protegidas, com seminários para troca de experiências entre gestores e publicações sobre as boas práticas executadas nas UCs como forma de inspirar profissionais e comunidades a uma ação mais participativa pela consolidação dessas áreas. Acesse no site: www.ipe.org.br/boaspraticas.
  • Um dos grandes destaques nesse trabalho foi o apoio do IPÊ na reestruturação de todo o programa de Voluntariado do ICMBio para Unidades de Conservação, desde a renovação de comunicação visual até o desenvolvimento de uma plataforma de cadastro e gestão dos voluntários e atividades. Em 2019, concluímos o sistema iniciado em 2018. Conheça aqui: sejaumvoluntarioicmbio.nectosystems.com.br/voluntariado/login/.
  • Desde 2018, cadastramos 24 mil voluntários. Só em 2019, 2,9 mil voluntários utilizaram a plataforma para se inscreverem e trabalharem em uma das 212 UCs e nos 12 Centros de Pesquisas que aderiram ao programa.

Com o ICMBio, o IPÊ coordena um programa de voluntariado para atuação em Unidades de Conservação na Amazônia. Desde 2018, cadastramos 24 mil voluntários.

Para saber mais sobre o MOSUC, acesse o RA IPÊ 2019 completo.

MONITORAMENTO PARTICIPATIVO DA BIODIVERSIDADE (MPB)

Bioma:
Amazônia
Área de atuação:
17 Unidades de Conservação Federais (11.970.762,04 hectares)
1.103 pessoas envolvidas

No projeto MPB, a própria comunidade faz levantamentos sobre o status de conservação da biodiversidade local, como plantas, mamíferos, insetos. Os dados gerados por esse programa de monitoramento ajudam a estabelecer parâmetros ecológicos para avaliação da efetividade das UCs federais. As informações ajudam a subsidiar, avaliar e acompanhar in situ projeções de alteração na distribuição e locais de ocorrência das espécies em resposta às mudanças climáticas e demais ameaças. Com essa participação da sociedade, as UCs da Amazônia ganham ainda mais apoio na sua gestão.

O MPB apoia ainda o Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, que prevê a implementação de programa de monitoramento em 50 UCs federais, para avaliar e acompanhar os impactos da mudança do clima atuais e futuros sobre a biodiversidade.

O projeto, que tem como parceiro o Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora) do Instituto de Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e conta com apoio de USAID, Gordon and Betty Moore Foundation e Programa ARPA, já beneficiou mais de 4,7 mil pessoas, em cinco anos.

Cursos formaram 150 monitores em 2019

A capacitação de monitores da biodiversidade é uma das ações mais importantes do projeto. É uma chance de a população conhecer mais a respeito da região onde vive e também se preparar para oportunidades de trabalho voluntário ou remunerado junto às UCs. Os cursos também funcionam como aperfeiçoamento de monitores já formados.

Para fazer o monitoramento, as comunidades aplicam roteiros metodológicos, desenhados por elas em conjunto com gestores das UCs, pesquisadores especialistas, técnicos e pesquisadores do IPÊ. Os roteiros são importantes porque criam uma base de dados padronizada, utilizada para fazer comparações e mensurações sobre o estado das espécies analisadas. Existem roteiros específicos para monitoramento de castanhas, de pesca, de borboletas, de fauna silvestre, monitoramento madeireiro, entre outros. No curso, a prática é enfatizada, assim como a troca de conhecimentos.

Em 2019, o IPÊ promoveu a capacitação de monitores da biodiversidade em 14 Unidades de Conservação, formando 153 pessoas. Do total, 183 atuaram como monitores, sendo 70 deles remunerados. Essa iniciativa do projeto MPB (Monitoramento Participativo da Biodiversidade) promove o engajamento das comunidades locais no conhecimento e conservação de espécies da fauna e flora.

Crédito: Camila Lemke

“Sempre gostei de biologia, mas entrei no projeto visando apenas uma renda financeira. Depois de fazer o curso e o monitoramento na prática, tudo mudou. Percebi que não era só uma atividade para obter renda: vi a importância de se adquirir conhecimento para a vida. Há coisas fantásticas para se aprender na biodiversidade. Conhecer comportamento de espécies, por exemplo, é muito interessante. Gosto muito. E ainda tenho a oportunidade de passar esse aprendizado para meus filhos, irmãos e colegas.” Zeziel F. de Moura Silva, monitor da biodiversidade na Flona Jamari desde 2014.

Com a ajuda de monitores, o projeto MPB já levantou, em 17 UCs, registros de:

  • 5.783 mamíferos e aves
  • 6.647 borboletas
  • 1.756 plantas lenhosas
  • 1.201 árvores de castanha-da-Amazônia monitoradas
  • 734 indivíduos de quelônios, 8.162 ninhos monitorados e 344.024 tartarugas soltas
  • 35 espécies e 2.987 indivíduos registrados como caça de subsistência
  • 42 espécies e 83.882 registros de mamíferos em áreas de concessão florestal
  • 136.581 peixes registrados na pesca do tucunaré
  • 9.248 kg pescados e 5.816 kg de peixe consumido no automonitoramento de pesca

Espaços para diálogos: estratégicos para a biodiversidade

Dialogar é sempre fundamental em processos participativos. No MPB, o IPÊ e seus parceiros promovem ações que estimulam trocas de conhecimento constantemente.

Encontro de Saberes

Crédito: Gabriel Schulz

Em 2019, o MPB promoveu quatro edições do “Encontro de Saberes”. Um deles, na Reserva Extrativista (Resex) do Cazumbá-Iracema (Acre), reuniu mais de 120 pessoas: monitores, membros da comunidade, pesquisadores e representantes do ICMBio, IPÊ, Embrapa, WWF e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sena Madureira. Participaram também comunitários de, pelo menos, quatro localidades da Resex: Cazumbá, Cuidado, Alto Caeté e Iracema.

Ali, foram apresentados para a comunidade os resultados do monitoramento feito na UC e definidos os próximos passos do trabalho. Esse momento de devolutiva faz parte do processo participativo de monitoramento e enriquece os resultados do projeto. É a fase mais estratégica para pensar conservação da biodiversidade de maneira verdadeiramente coletiva. Por exemplo, os pesquisadores notaram uma queda no número de determinadas espécies de animais, e não conseguiam entender o motivo. Em conversa com os monitores, que são moradores da comunidade, souberam que os tabocais (florestas de bambu onde vivem esses animais) haviam morrido, e concluíram que os animais poderiam ter saído dessas áreas que eram monitoradas. O evento é parte da Construção Coletiva de Aprendizados e Conhecimentos, uma consolidação de resultados do projeto MPB.

Diálogos do Monitoramento Participativo

Crédito: Gabriel Schulz

No rio Uatumã, em Presidente Figueiredo (AM), encontra-se o lago da Usina Hidrelétrica de Balbina (UHE Balbina), com mais de 2,3 mil km². Ali, o principal atrativo pesqueiro é o tucunaré. Para avaliar como realizar um melhor manejo da atividade, 100 pescadores fazem o monitoramento de três espécies. Os pescadores passam as informações coletadas a monitores no porto da Vila de Balbina e no porto da comunidade Boa União do Rumo Certo.

Para trocar informações sobre essa atividade, hoje fundamental para os pescadores e para a conservação do peixe, foram realizados em 2019 os chamados Diálogos do Monitoramento Participativo. Os eventos aconteceram com usuários do lago e monitores nas comunidades Boa União do Rumo Certo, com 63 participantes, e Vila Balbina, com 51 participantes. Além deles, estiveram presentes representantes da Reserva Biológica do Uatumã (Rebio Uatumã), IPÊ, Sindicato de Pescadores de Presidente Figueiredo e Colônia de Pesca Z-6.

Em 2019, lançamos a segunda edição da publicação Monitoramento Participativo da Biodiversidade: Aprendizados em Evolução. O livro traz anotações de experiências em UCs na Amazônia brasileira entre 2013 e 2017, estratégias, ferramentas e um passo a passo da implementação.

Construção Coletiva

Crédito: Gabriel Schulz

O II Seminário de Construção Coletiva de Aprendizados e Conhecimentos, realizado em junho de 2019 pelo IPÊ, em parceria com o ICMBio, reuniu 118 pessoas, entre gestores, pesquisadores, monitores e comunidades de UCs e pessoas que vivem próximas dessas áreas protegidas. Alguns participam do projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade (MPB).

No seminário, foram compartilhadas as experiências dos participantes do projeto. Rodas de conversa favoreceram as trocas sobre vivências no monitoramento da biodiversidade da Amazônia. Foi o momento de saber como o monitor está exercendo o papel de protagonista e como o conhecimento tradicional é agregado ao acadêmico.

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia para ribeirinhos na Amazônia

Considerado o maior evento do Brasil na área de divulgação científica, pela primeira vez a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) foi realizada para as comunidades ribeirinhas do Amazonas. A medida dá chance de multiplicar o conhecimento das pesquisas da biodiversidade com a população local - ou seja, tornar a Ciência mais acessível - e também é um meio de ouvir essas pessoas, seus conhecimentos, e trocar aprendizados.

Em parceria entre o projeto MPB, do IPÊ, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (SEMA) e da Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), foram realizadas atividades lúdicas e informativas para os jovens e atividades formativas que gerem renda para os adultos.

As atividades aconteceram em outubro nas comunidades do baixo Rio Negro (AM): Baixote e Pagodão, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, e São Sebastião, na Área de Proteção Ambiental (APA) Aturiá Apuazinho.

LIRA – LEGADO INTEGRADO DA REGIÃO AMAZÔNICA

Área de Abrangência:
20 Unidades de Conservação federais
23 Unidades de Conservação estaduais
43 Terras Indígenas
(80 milhões de hectares)
Estimativa de pessoas beneficiadas:
35.500 em 5 anos de projeto

Em 2019, iniciamos o projeto Legado Integrado da Região Amazônica, LIRA, o segundo maior programa de conservação brasileiro. Inspirado no programa do governo federal ARPA, que busca expandir e consolidar as UCs, desenhamos uma estratégia de ações complementares a ele e inserimos as terras indígenas dentro da iniciativa. O LIRA promoverá aumento na efetividade de gestão das áreas protegidas para a manutenção da floresta em pé e para o combate a grandes ameaças de degradação florestal. Ao intensificar o trabalho integrado e em rede, entre ONGs, associações indígenas, associações extrativistas, setor privado e governos estaduais e federal, criam-se capacidades e estruturas de governança para promoção socioeconômica e conservação ambiental dos territórios. A área do projeto abrange 80 milhões de hectares de bioma amazônico, agrupados em seis blocos territoriais nos estados do Acre, Rondônia, Amazonas e Pará.

Edital seleciona projetos que beneficiarão 35,5 mil pessoas

Em 2019, foi lançado um edital que selecionou oito organizações que vão trabalhar em conjunto com outras 39 instituições. Os projetos receberão cerca de R$ 40 milhões para implementarem ações até 2022. O objetivo é a manutenção da paisagem, das funções climáticas e do desenvolvimento socioambiental e cultural de povos e comunidades tradicionais, beneficiando mais de 35,5 mil pessoas.
Os selecionados promoverão as seguintes ações no território: estruturação e fomento aos negócios de impacto social relacionados a bioeconomia; elaboração e implementação de plano de gestão territorial e ambiental (PGTA); planos de manejo florestal; mecanismos de governança; sistemas de monitoramento e proteção; uso de tecnologias para gestão e proteção; integração com desenvolvimento regional; e acesso as políticas públicas.

O IPÊ fará o papel de orquestrar, integrar e potencializar todas as ações que acontecerão no nível local e elevar para as esferas regional e federal.
O LIRA tem como parceiros financiadores o Fundo Amazônia/BNDES e a Gordon and Betty Moore Foundation. .
Saiba mais sobre o LIRA e veja quais foram os projetos selecionados

PESQUISA & DESENVOLVIMENTO

Crédito: Laurie Hedges

Corredor IPÊ: Avaliação econômica dos serviços ambientais de restaurações feitas por empresas

Em 2019, para dar continuidade na parceria de pesquisa e desenvolvimento com a empresa CTG Brasil em 2020, construímos uma nova proposta que deu origem ao projeto “Desenvolvimento de Procedimentos Simplificados para a Valoração Econômico-monetária de Serviços Ecossistêmicos e Valoração Não Monetária de Serviços Ecossistêmicos Culturais Associados à Restauração Florestal”. Com duração de 40 meses, será desenvolvido na região do Pontal do Paranapanema, no oeste paulista, nas Áreas de Conservação Ambiental (ACAs) mantidas pela CTG Brasil.

Vamos elaborar procedimentos simplificados para estimar o valor econômico/monetário associado aos impactos da restauração florestal nos negócios da empresa. Nessa conta, serão considerados os custos evitados com a manutenção de ativos e mitigação ou com compensação de danos ambientais, e as potenciais receitas com novos negócios baseados em serviços ecossistêmicos.

Além disso, daremos continuidade à coleta de dados sobre a biodiversidade de aves, anfíbios, morcegos e outros mamíferos de médio e grande porte, utilizando gravadores autônomos e armadilhas fotográficas, além de análises de água, solo e carbono para as novas ACAs.

Também serão avaliados o valor econômico não-monetário da restauração florestal junto a diferentes atores sociais e a percepção em relação às externalidades produzidas que influenciam diretamente a Licença Social da empresa para operar. O projeto conta com a participação de parcerias como a FEALQ- Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz da ESALQ, Universidade de Lavras e GVCes, da Fundação Getulio Vargas.