Onde Estamos
Rod. Dom Pedro I, km 47
Nazaré Paulista, SP, Brasil
Caixa Postal 47 – 12960-000
Tel: (11) 3590-0041
Em parceria com diversos atores regionais, buscamos criar iniciativas que colaboram para a transformação socioambiental positiva para o sul da Bahia, região estratégica na conservação da Mata Atlântica e área fundamental para a biodiversidade brasileira.
A história do IPÊ no estado da Bahia se iniciou em 2009, quando a ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, frente de educação do IPÊ com sede em Nazaré Paulista (SP), passou a oferecer o seu Mestrado Profissional também em Serra Grande, no município de Uruçuca (BA). Ali, o Mestrado teve apoio do Instituto Arapyaú e, desde 2015, da Veracel Celulose. Em 2019, ainda em parceira com a Veracel, o Mestrado Profissional passa a ser realizado em Porto Seguro (BA) e o IPÊ inicia alguns projetos socioambientais na região junto com iniciativas e instituições locais, construindo uma rede de apoio para o desenvolvimento de ações sustentáveis na região.
Nossos projetos no Sul da Bahia levam informação e promovem a troca de conhecimento entre as pessoas, principalmente pequenos agricultores e jovens, para desenvolvimento de produção rural sustentável com geração de renda e participação social. Nessa frente, oferecemos a Iniciativa de Treinamento e Formação de Lideranças Ambientais, em parceria com a ELTI – Iniciativa para Treinamento e Liderança Ambiental, da Escola do Meio Ambiente da Universidade de Yale, e atuamos junto a parceiros como Projeto DSAF – Desenvolvimento Socioambiental para Agricultura Familiar, da UFSB – Universidade Federal do Sul da Bahia, Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica SOBRE, entre outros.
Com a expertise em restauração florestal na Mata Atlântica, em 2024, iniciamos o Projeto de Restauração Orientada e Sustentável para Produção Ecológica, Regeneração Ambiental e Renda Ampliada – PROSPERA, relacionado à criação de corredores de biodiversidade. O projeto tem financiamento das empresas Procter & Gamble e Suzano Papel e Celulose.
Um dos biomas mais ameaçados do Brasil, a Mata Atlântica é também uma das áreas mais ricas em biodiversidade! Quase 20 mil espécies de plantas fazem parte da diversidade dessa floresta. Com relação à fauna, se contarmos os vertebrados, são mais de 2.000 espécies diferentes. Neste bioma brasileiro encontra-se cerca de 80% da produção econômica do país e isso é um grande desafio socioambiental por conta da pressão que a própria economia desempenha nas florestas, com degradação e desmatamentos que causam perda de biodiversidade e afetam serviços ecossistêmicos como a produção de água e regulação climática.
A Mata Atlântica do sul da Bahia tem uma vegetação conhecida por “Hileia Baiana”, justamente por conta da similaridade de fauna e flora com a Floresta Amazônica, o que indica que as duas já foram conectadas no passado. A Hileia Baiana abriga alta diversidade de espécies endêmicas, ou seja, espécies que existem apenas nessa região e em nenhum outro local do planeta, muitas delas ameaçadas de extinção. Essa região é essencial tanto para a produção de água quanto para a manutenção do clima local. Sua importância vai além dos aspectos físicos e ambientais, sendo também relevante para a história do Brasil. Além disso, a região possui uma rica cultura local, abrangendo vários territórios indígenas. Portanto, a preservação desta região é de suma importância, não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também para a preservação da identidade cultural e histórica do Brasil. Dentre as áreas protegidas mais relevantes, destacam-se o Parque Nacional do Descobrimento, o Parque Nacional Histórico do Monte Pascoal, o Parque Nacional do Pau-Brasil, juntamente com Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável.
A história socioeconômica do sul da Bahia foi marcada por sucessivas fases de exploração dos recursos naturais, desde o período colonial com a extração do pau-brasil (Paubrasilia echinata) para o mercado europeu, o que resultou no esgotamento da espécie. Além disso, a região do sul da Bahia enfrenta conflitos sociais relacionados à demarcação de terras indígenas e áreas destinadas a assentamentos rurais da reforma agrária, envolvendo comunidades indígenas, quilombolas, pequenos agricultores, grandes proprietários de terras e grandes empresas. A história socioeconômica revela a complexa relação entre o desenvolvimento econômico, a exploração dos recursos naturais e a preservação ambiental, destacando a necessidade de alternativas sustentáveis para o futuro da região.
Diante deste cenário, a restauração de paisagens é uma estratégia fundamental para a conservação da biodiversidade, a proteção dos recursos hídricos, a garantia do uso sustentável dos recursos naturais, manutenção da regulação climática e a promoção do bem-estar das comunidades locais.
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