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Rod. Dom Pedro I, km 47
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O IPÊ, junto com o ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) desenvolve o Projeto Bandeiras & Rodovias, na cidade de Campo Grande , em Mato Grosso do Sul (MS). O projeto visa avaliar, monitorar e indicar soluções sobre o problema dos atropelamentos e acidentes com tamanduás-bandeira nas rodovias do Estado.
Nos últimos 35 anos, mais da metade do Cerrado brasileiro converteu-se em terras para atividade agropecuária. A fragmentação florestal contínua afeta o habitat natural de várias espécies do bioma, entre elas o icônico tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).
Considerado vulnerável à extinção na lista vermelha das espécies (IUCN/ União Internacional para a Conservação da Natureza), o tamanduá-bandeira sofre não apenas com a falta de habitat, mas também com os atropelamentos em rodovias, principalmente naquelas que cortam o Mato Grosso do Sul. No estado, é uma das espécies com maior incidência de atropelamentos, segundo dados levantados pela Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira e pelo projeto Tatu Canastra, ambos do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. Entre 2013 e 2014, o tamanduá-bandeira foi a terceira espécie mais atropelada, com 135 carcaças encontradas (as duas maiores ocorrências foram de cachorro-do-mato e tatu-peba).
Mesmo sabendo da importância desse impacto para a espécie, faltam estudos sobre como e quando os animais estão morrendo nestas rodovias. Por essa razão, um grupo de organizações, entre elas o IPÊ, se aliou ao ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) para desenvolver o Projeto Bandeiras & Rodovias, realizado na cidade de Campo Grande (MS).
Com duração até 2020, o projeto consiste em três fases. A primeira, que já acontece desde janeiro de 2017, avalia o impacto das rodovias para a espécie, com monitoramentos quinzenais, quantificando os atropelamentos e entendendo o impacto das rodovias na vida dos animais. O projeto também avalia a influência da abertura de estradas e do tráfego de veículos na movimentação e comportamento dos tamanduás, monitorando-os a partir de GPS. A participação da comunidade também é importante nessa fase: os pesquisadores levantam as percepções dos caminhoneiros e moradores rurais sobre a espécie – há relatos de que algumas superstições fazem as pessoas considerarem o tamanduá um símbolo de mau agouro.
A segunda etapa prevê identificar as consequências das rodovias no Cerrado na saúde e densidade populacional da espécie. Para isso serão realizados: estudos de densidade populacional de tamanduás próximos e distantes das rodovias, por meio de armadilhas fotográficas e necropsia de carcaças frescas encontradas no entorno das rodovias, com coleta de materiais biológicos.
A terceira e última etapa está relacionada ao Manejo das Rodovias, quando será redigido um documento com estratégias de mitigação de atropelamentos de tamanduás-bandeira. Com os resultados, deverão ser elaboradas diretrizes de manejo paisagístico e ações para mitigar os efeitos negativos das rodovias, que terão colaboração das partes interessadas no tema e de pesquisadores da América do Sul, por meio de um Workshop Internacional Participativo.
Acesse o livro: Bichos do Cerrado – A biodiversidade no seu quintal
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