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Modelo Integrado de Conservação e Desenvolvimento Sustentável
Os trabalhos desenvolvidos pelo IPÊ têm mostrado que com educação e participação é possível integrar diversos segmentos de uma sociedade, mesmo que complexa, e ainda utilizar os resultados de pesquisas em medidas efetivas de conservação e desenvolvimento sustentável.
Há cerca de 20 anos, quando se iniciaram as ações do Projeto Mico-Leão-Preto na região do Pontal do Paranapanema, os pesquisadores tinham convicção de que com o simples conhecimento da biologia dos micos seriam capazes de salvá-los da extinção. Entretanto, com a evolução do projeto, ficou claro que seria preciso expandir o raio de atuação para incluir o que resta da biodiversidade local e as pessoas que vivem na região.
As pesquisas mostraram, por exemplo, que somente com a conservação de todo o habitat que ainda resta no Pontal esse objetivo talvez pudesse ser alcançado. Ao concluir que a conservação dos fragmentos de habitat remanescentes extrapola os aspectos biológicos até então examinados, seria necessário trabalhar o envolvimento dos diversos tomadores de decisão da região no processo de integração da conservação com o desenvolvimento sustentável.
Esse envolvimento tem sido conquistado com o uso de mecanismos participativos de discussão dos desafios comuns, manejo adaptativo, monitoramento constante, planejamento da paisagem e influência nas políticas públicas para a região.
Dessa maneira, no Pontal, criou-se um modelo eficiente e inovador que é benéfico, tanto aos humanos quanto aos demais seres vivos. Esse modelo tem sido utilizado com suas devidas adaptações em todas as regiões onde o IPÊ atua e pressupõe um trabalho constante e de longo prazo para que possa ter sucesso.
O IPÊ vê na educação ambiental um caminho que retrata os anseios atuais de mudanças para um mundo mais equilibrado e ético, que respeita e celebra a vida humana e de outras espécies. A base é uma combinação de conhecimentos, valores, sensibilidades e capacidades, fortes o suficiente para motivar a interação e a participação efetiva do ser humano com seu meio e com o próximo.
Ao trabalhar valores, cada um pode perceber sua essência individual e sua responsabilidade para com a coletividade, nutrindo um senso de cuidado com o planeta. Questionar, refletir, contestar ou aceitar conscientemente determinadas questões pode ser a chave no processo de se pensar em dimensões globais, desde que esse processo estimule ações pertinentes ao contexto local. Ao ver-se inserido em um mundo amplo e pleno de riquezas socioambientais, o indivíduo pode se perceber como um elemento imprescindível à teia da vida. Essa visão contribui para aumentar sua auto-estima, indispensável para que cada um se sinta apto a agir e lutar por ideais maiores, fortalecendo um compromisso de respeito à vida. Trata-se, portanto, de uma nova ética com paradigmas em consonância com um mundo mais harmônico, onde todo o ser é respeitado e levado em consideração.
O IPÊ envolve por ano cerca de 10 mil pessoas com projetos de educação ambiental, que tratam do assunto de uma maneira ampla e participativa. Ao retratar espécies ameaçadas como o mico-leão preto, o mico-leão-da-cara-preta ou o papagaio-da-cara-roxa, as insere em seus habitats e as torna orgulho das comunidades locais, por adotá-las como símbolos desta ou daquela região, o que pode contribuir para ampliar mais facilmente a noção de conservação e a conexão ser humano/natureza. Como parte desse processo, muitas das espécies ameaçadas tornaram-se ainda temas dos produtos artesanais feitos por pessoas que vivem ao redor de áreas protegidas e que participam de alternativas sustentáveis de desenvolvimento propostas pelo IPÊ. São buchas vegetais, blusas e camisetas com formas e desenhos de animais ameaçados, cuja venda garante aumento de renda às comunidades, ao mesmo tempo em que ajuda a valorizar a natureza local.
Além de trabalhar com as espécies raras, endêmicas e muitas vezes ameaçadas, a educação ambiental no IPÊ enfoca seus habitats, que oferecem uma riqueza inestimável de possibilidades educacionais. As áreas naturais são ambientes ideais, onde o aprendizado se dá por meio da experimentação direta, quando o indivíduo tem a chance de utilizar todos os sentidos, processar emoções e sensações, ao mesmo tempo em que pode aumentar seus conhecimentos sobre a natureza. Esta combinação é importante já que pode despertar novos valores, inclusive a proteção da natureza.
A abordagem participativa nas ações de educação ambiental do IPÊ segue uma forma não linear, pois algumas etapas do trabalho podem se acelerar mais que outras ou ocorrer ao mesmo tempo. Também não há controle sobre o processo, pois todos podem e devem participar de sua construção.
A abordagem compreende o ser humano de forma integral, com seu lado racional e estruturado, juntamente com o sensível e intuitivo, que envolve valores. O modelo participativo pode ser analisado na tabela abaixo. O processo começa de baixo para cima porque se assemelha a uma construção que, desde sua base, depende da participação como elemento fundamental.
Baseada em figura publicada por Padua & Tabanez (1997) e Padua; Tabanez; Souza & Hoefel (1999).
Hoje, as estratégias integradas do IPÊ podem ser visualizadas neste diagrama.
As mudanças pelas quais o IPÊ passou e a abrangência alcançada pelos seu trabalho desde sua fundação podem ser analisadas no seguinte quadro, que demonstra os campos de atuação institucionais que vem sendo adicionados à missão original.
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